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sexta-feira, 29 de março de 2013

Danilo Gentili entrevista Marco Feliciano, o pastor deputado


Feliciano: "A CDHM caiu no colo do meu partido e o meu partido achou por bem me indicar para assumir a presidência da comissão".


Danilo Gentili descreveu Marco Feliciano como o político mais polêmico do Brasil e se disse surpreso por ele ter aceitado o convite à entrevista, que durou 31 minutos.

Ao sentar-se na poltrona, Feliciano perguntou: "Essa é a cadeira-elétrica?" E revelou ter a oportunidade e preferência para falar sobre coisas sérias em programas de humor.

Na ocasião, é observado por ambos que eles possuem cenários de seus programas muito semelhantes.

Marco Feliciano na presidência da CDHM: O entrevistador perguntou como Feliciano se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e se lutou pelo cargo de presidente dela. Feliciano respondeu que não lutou, e explicou como o seu partido (PSC) recebeu o direito de presidi-la: "Existe dentro da Casa das Leis a pluralidade, os partidos maiores acabam ficando com as comissões maiores e melhores e os menores com as menores. O meu partido, por ser pequeno, coube a ele a escolha... Na verdade não foi uma escolha, foi a comissão que sobrou. A comissão que sobrou foi a CDMH." E concluiu respondendo que o partido que criou essa comissão, sem citar que o Partido dos Trabalhadores é o criador, abriu mão por ter outras prioridades no momento e a comissão "caiu no colo" de seu partido que o indicou para presidi-la. Mais adiante, Feliciano diz que a CDHM é uma comissão secundária e quase inexpressiva, que ele não havia ouvido falar dela até ser indicado para assumi-la.

Em outro momento da entrevista, Feliciano diz que a CDMH era secundária até o momento de sua gestão, pois ela ganhou destaque nacional no momento de sua posse.

O apoio de Feliciano ao PT na campanha presidencial no segundo turno: Gentili questionou se Feliciano não estaria sendo usado como um bode expiatório pelo PT, fazendo papel de tolo, devido ao fato de José Genuído e Eduardo Cunha serem indicados para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante, sem serem maltratados pela Imprensa, apesar de estarem ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal, e ao mesmo tempo ele ser perseguido e acusado como racista e homofóbico e ser pressionado - até por petistas - para renunciar ao cargo de presidente da CDHM. Feliciano respondeu que já fez a pergunta a si mesmo, se é um tonto ou não.

"Você acredita que estão (o pessoal do PT) de bode expiatório?", perguntou Gentili. Resposta: "Sim, eu acredito que sim! Não estou fazendo papel de tonto, é o jogo político. Penso que neste momento o PT começa a repensar. Se isto estiver acontecendo de fato e de verdade, a presidenta Dilma e o governo devem estar jogando fora o apoio dos evangélicos, que não é pequeno para uma eleição do ano que vem, somos quase 70 milhões de evangélicos."

Sobre as acusações de racismo e homofobia, Feliciano disse: "Depois de ter sido espancado, quase linchado publicamente, detalhe, por um público que não me conhecia... As pessoas que me conhecem e me respeitam sabem que tudo que foi feito e falado da minha vida não procede. Sou um homem de família, há vinte anos casado. As acusações de racismo e homofobia, nenhuma das duas procedem. Para você ser racista é preciso ter um histórico, tem que ter um antes, um meio e um depois. Minha mãe é negra, meu padastro é negro; eu tenho raiz negra; 70% da população evangélica é de raiz negra. Eu sou um dos poucos brasileiros que fiz trabalho na África, fui a convite do governo de Angola e falei para cerca de 30 mil meninos mutilados de guerra".

Sobre a origem das acusações contra ele: "Existe um ativismo da rede social, mídia social, de um grupo que é muito bem estabelecido, que é o movimento GLBT. Imagine a força que eles têm, tiraram a RedeTV! do ar por 24 horas, isso nem Hugo Chaves fez na Venezuela. Esse pessoal quase fechou o Instituto Mackenzie em São Paulo, por causa de uma declaração de um reitor, por causa de um posicionamento dele. Então o movimento GLBT é muito bem estruturado. Na mídia social eles mandam.

Dentro do Congresso Nacional, que é uma casa de leis em um país democrático, o contraditório é normal, então as pessoas pensam e falam aquilo que pensam o que quiseram. Dentro do parlamento tem quem defende a liberação da maconha e tem quem é contra a maconha, tem quem é favorável ao casamento homossexual e tem quem não é.

Sobre sua postagem no Twitter sobre africanos serem amaldiçoados: "Deixa eu te dizer, deixa eu explicar. Eu estava dando um posicionamento. Me perguntaram sobre a fundação dos continentes, me perguntaram porque o continente africanos sofria tanto e eu citei uma linha teológica e filosófica que eu pensava. Não citei só esse (post do Twitter), citei outras inclusive. Pinçaram isso aí e citaram apenas isso. (...) Antes de me baterem por causa disso, eu citei embaixo: 'porém toda a maldição espiritual é quebrada na cruz de Cristo', só que nunca citaram isso. (...) Ali eu não estou dizendo que negro é amaldiçoado e nem nada disso. Pinçaram isso e fizeram uma maldade. (...) Se você lesse todos os twits entenderia o que estou dizendo."

A gestão como presidente da CDHM: "Hoje mesmo tivemos uma audiência pública com choro e lágrimas que nunca foram ouvidas. Mais de mil brasileiros mortos lá no nordeste da Bahia, todos eles contaminados com chumbo, um monte de crianças mortas. Há dois anos eles tentaram fazer uma audiência pública nesta mesma comissão e não conseguiram".

Sobre Xuxa Meneguel: Perguntado se se arrependeria de alguma declaração e se retiraria o que disse, respondeu que não, lamenta ter causado tristeza em quem não entendeu algo que tenha declarado e que muita gente foi induzida a acreditar que tenha falado algo jamais disse. "Uma grande apresentadora deste país postou no Twitter dela me chamando de monstro. Ela disse que eu era monstro porque eu havia dito que criancinhas aidéticas e negros não tinham alma! Eu nuca disse isso! Criaram um Facebook falso com mais de cem frases, eu já denunciei na polícia de crimes cibernéticos do nosso país."

Vídeos na Internet. São apresentados dois vídeos muitos acessado no YouTube. Sobre o primeiro, ele pede respeito aos familiares de uma pessoa que aparece na imagem, porque está falecido. No segundo, em que uma pessoa cai ao chão ao toque de Feliciano e há uma mescla com um jogo de videogame: "A moçada é muito criativa, eu me divirto com isso."

Danilo: qual o problema de dois homens se beijando? "É constrangedor para pessoas de família, para pai e suas crianças. A sociedade brasileira por mais que se diga progressista eu acredito que ela não está preparada para isso." O entrevistador contra-argumenta dizendo considerar um problema quando o Estado, o Poder Público, acha que pode dizer o que é e o que não é bom para a vida dos cidadãos, e pergunta em nome de quem o Estado acha que os cidadãos não querem ver dois homens a se beijarem. A tréplica de Feliciano: "Não é um posicionamento do Estado, é a posição de um parlamentar. Eu represento um seguimento. 211.850 pessoas votaram em mim com este pensamento, temos essa cultura. Não critico quem faz, faça, mas de uma maneira que não choque os demais. A sua liberdade funciona até ela não infringir a minha."

Atuações como presidente da CDHM: Feliciano revelou que está em contato com o embaixador da Indonésia,  intercede por dois brasileiros que está no corredor da morte. Deverá ir à Bolívia, para interceder pelos corintianos presos, inclusive por um deles com problemas renais, corre risco de morrer.

Confira a íntegra em vídeo no site do programa Agora é Tarde: Danilo Gentili, do programa Agora é Tarde, entrevista o depututado e pastor Marco Feliciano

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu assisti essa entrevista. O pastor teve muita coragem, mas o apresentador tentou humilhá-lo de todas as formas. É uma lástima.
Eu, particularmente, acho que ele não deveria ter ido nesse programa, existem tantos outros mais sérios. Se ele realmente queria ir a um programa televiso para se explicar.