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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Prosperidade segundo Malafaia e Edir Macedo


Teologia da Miséria? 

Quem disse "deixo-vos a paz, a paz eu te dou, não dou paz como o mundo dá?"  Foi Jesus Cristo quem disse isso (João 14.27).

Deus não fez o estômago e o suco gástrico para que o ser humano se contorcesse com a dores de gastrite, mas para que o líquido diluísse a comida e houvesse um bom processo digestivo. Mas, existe gente crente pensando que passar fome e adoecer por falta de comida seja um sinal de espiritualidade, e desdenha de quem tenha mesa farta e uma grande despensa sempre cheia de alimentos de primeira linha. Os tais críticos dizem que pregar sobre a vontade de Deus, anunciar que o Senhor quer nos abençoar materialmente, é uma heresia.

Qualquer pessoa que use um léxico hebraico e pesquise  o sentido de shalom e depois vá ao léxixo do grego para saber qual o significado de eirene, descobrirá que os dois vocábulos significam o termo paz. Entre muitas outras significações, paz traduz o bem-estar físico, a saúde e o bem-estar financeiro. Tanto no idioma usado para escrever o Antigo como o Novo Testamento, a paz que Jesus oferece tem a conotação de prosperidade. Usando hermenêutica, e exegese constatamos que também as palavras salvação e bênção têm raízes etimológicas ligadas à prosperidade. Sim, a prosperidade é algo que Deus quer dar ao seu povo.

A prosperidade bíblica não se restringe às riquezas. Ele é bem mais do que isso. Significa o bem-estar em todos os sentidos, é abrangente. Não depende de possuir tesouros, mas estabilidade. Nas finanças, na saúde, psicologica e espirtualmente.

É claro que é preciso ser equilibrado, pregar sobre a bênção e destacar o Abençoador, ensinar ao povo a necessidade de amar a Deus em primeiro lugar e ao próximo como a si mesmo. Amar mais ao Senhor, amar as pessoas mais do que amar as coisas.

A IURD e a Teologia da Prosperidade

Tenho profundo respeito pelas pessoas que frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus, e os incentivo a reler o Novo Testamento analisando as mensagens de Jesus e dos apóstolos sobre a vida eterna. 

O maior exemplo que temos no Brasil do exercício da pregação que representa a Teologia da Prosperidade são os cultos da Igreja Universal do Reino de Deus. Lá, praticamente tudo gira em torno do materialismo. As raras exceções são os ensinamentos sobre fidelidade conjugal e motivação a lutar pela união matrimonial (pregações incentivadoras em favor casamento, nada a criticar). Tenho a forte impressão que, para a liderança da IURD, se a pessoa estiver financeiramente bem essa tal pessoa atingiu o céu, ou até algo melhor. Então, quase nada falam sobre vida no céu e existência no inferno.

Malafaia e a prosperidade bíblica

Sou de origem assembleiana, tenho o privilégio de conhecer os bastidores do cenário eclesiástico-político. Algum tempo atrás, eu encontrava em blogs críticas contra Malafaia gerada por interesses políticos, mas sem que a motivação do crítico estivesse clara e o mote da crítica fosse exposta. Usava-se qualquer assunto para fustigá-lo. Hoje esta situação diminuiu porque Malafaia se afastou da instituição política ligada à denominação Assembleia de Deus.

Tenho observado o que Malafaia prega. Ele faz menção da prosperidade material vinda com a participação de Deus, mas via esforço próprio da pessoa, pela garra de querer vencer, pela perseverança no trabalho com esmero. Diversas vezes ele repetiu que Deus não dá prosperidade aos preguiçosos, que Deus prospera quem estuda e não se nega a trabalhar duro. Eu sou dessa linha de pensamento: Deus dá prosperidade para quem é esforçado, para quem não vive de braços cruzados comendo às custas dos outros.

Ele menciona a ação de Deus no campo físico (bênção materiais) e comenta sobre a santidade (coisas referentes ao espírito). Intercala em sua pregação a nossa condição espiritual, ensinando que temos e devemos preservar a comunhão com Deus, negando as ações carnais,  não esquecendo que é obrigação do crente encher-se do Espírito a cada dia.

Malafaia desafia sites e blogs que o consideram pregador da Teologia da prosperidade

Acho essa situação interessante. Estamos acostumados a ver pessoas acusando outras, mas sempre sem argumentos. Dizem, fulano é pregador da Teologia da Prosperidade. Aí, vamos ver quais são os argumentos para quem acusa e essa argumentação não sustenta a acusação, é quase sempre inócua. Agora, Malafaia criou uma situação de confronto na base das ideias. Ele exporá as bases para que seja refutado teologicamente. Quem responderá usando teologia?

Ninguém é perfeito! Malafaia não é perfeito, sei disso. Os maiores críticos dele também sabem. Ocorre que a maioria dos críticos cobram dele a inalcansável perfeição. Essa só será possível aos que chegarem no céu. É temerário esse tipo de julgamento, que exige a perfeição do criticado, porque será esta mesma exigência que será cobrada de quem julga no Dia do Juízo Final. "Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós" - Mareus 7.2 .

Espero  ver o que irá acontecer com a expectativa de assistir um bom debate teológico. Acima do nível das rusgas do campo pessoal. Ficar só em ataques pessoais até quem nunca abriu uma Bíblia é capaz de fazer, até quem é analfabeto é capaz... Desejo encontrar o exercício do raciocínio usando teologia.

E.A.G.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom esse texto. Também concordo que de braços cruzados não conseguimos produzir nosso pão, e Deus adverte várias vezes os preguiçosos.

Espero ver um belo debate no nível das ideias nesse desafio proposto pelo Malafaia, isso tem feito muita falta no nosso meio, onde cada um tem feito o que bem entende e esquece de ouvir os ensinamentos de Jesus.