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sábado, 12 de julho de 2008

Os deuses estranhos entre os protestantes do século 21

"Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós"
 Gênesis 35.2 

Apologetas cristãos. Creio que sejam pessoas sinceras. Creio que elas acreditam nas coisas que afirmam, pensam que estão sendo justas mas, algumas delas, estão equivocadas quanto ao modo de agir.

Desde a década de 1990 alguns preletores e escritores, da linha tradicional e pentecostal, no afã de praticar apologia cristã, têm "descrito" com muita firmeza o interior dos corações alheios. Quase sempre as vítimas dessas críticas são os irmãos neopentecostais.

Os “apologetas” agem como se conhecessem todos os cantores e pregadores neopentecostais, de todos os cantos do Brasil e do mundo em todas as épocas da existência humana. Eles agem como se tivessem a especialidade de formular críticas certeiras, como se fossem pessoas todas-poderosas. Sem pensar, fazem acusações contra os cantores e pregadores neopentecostais dizendo que os tais sempre agem objetivando apenas o lucro alto e buscando adoração pessoal. Contra os cristãos que os admiram, eles os acusam de praticar idolatrias, dizem que idolatram os pregadores e cantores neopentecostais.

Nós sabemos que os atributos de onisciência e onipresença pertencem só a Deus.

Os apologetas afirmam que agem assim usando discernimento. Discernimento? Onde existe discernimento em se apresentar como conhecedor dos corações desconhecidos? Falar de pessoas que nunca viu como se as conhecesse? Esse comportamento não se chama discernimento. Consultemos os dicionários no verbete preconceito. Isso se chama preconceito!

Como um crente pode dizer que outros crentes estão idolatrando cantores evangélicos se nunca os viu na vida, nunca conversou com eles? Será que os crentes, alvos da acusação de serem idólatras, não estão apenas buscando e adorando a Deus por intermédio das pregações e dos louvores que ouvem?

Deus falou fortemente em meu coração sobre a situação de quem se coloca como se fosse portador de onisciência e onipresença: é pecado agir assim! Expressar-se como se tivesse atributos divinos, julgando pessoas desconhecidas, é um grande pecado que virou modismo no meio evangélico tradicional e pentecostal. Alguns pregadores têm usado púlpitos e escrito livros se comportando como deuses! E quem os têm reverenciado como se eles dissessem /escrevessem verdades, reverenciado a forma como agem contra seus semelhantes, os está recebendo como deuses!

Com neutralidade cito dois exemplos:

Quem pode sondar os corações da vocalista do Diante do Trono? Quem pode vê-la se dobra, ou não, seus joelhos e dá glórias ao Senhor atrás da porta do seu quarto fechado à chave? Deus ou o homem? Ela é vítima dos "apologetas"...

Quem pode sondar os corações dos vocalistas do conjunto Voz da Verdade? Quem pode vê-los se dobram seus joelhos, ou não, e dão glórias ao Senhor atrás das portas do seus quartos, fechado à chave? Deus ou os homens? Eles são vítimas dos "apologetas"...

Quem pode sondar os corações de quem ouve o Diante do Trono e o Voz da Verdade? Quem pode ver se esses crentes dobram seus joelhos, ou não, na intimidade das suas vidas e rendem glórias a Deus? É o Todo-Poderoso ou os homens? Eles são vítimas dos "apologetas"...

Oremos uns pelos outros! 

É óbvio e ululante: todos nós, por mais consagrados que sejamos temos nossas mentes limitadas; nenhum ser humano possui a capacidade de julgar o coração alheio, ainda mais os corações de crentes desconhecidos. Não é possível saber o que se passa dentro do coração das outras pessoas. Nós seres humanos ocupamos um espaço físico por vez. Quem adota o modismo de se comportar como um deus peca, afinal, até quando presenciamos alguns fatos corremos o risco de o relatar de forma errada!


Atualizado em 20 de outubro de 2021. Troca de imagem e tipo e cor da fonte.

8 comentários:

Irrael B. C. Melo Jr disse...

Concordo em gênero, número e grau. Se os cristãos de hoje se preocupassem mais em pregar a palavra e em orar, as coisas seriam bem diferentes. Vou divulgar este artigo, pois merece ser lido por mais pessoas.
Parabéns plo blog, gostei muito dos seus textos.
Amenidades da Cristandade

Unknown disse...

com certeza,tem que tirar mesmo LoL



Angu com Taioba

juberd2008 disse...

Irmão Eliseu,

Você está certo quanto a se fazer críticas à pessoas que não conhece. Fundamentalista, liberal, neo-ortodoxo, ortodoxo, católico, protestante, são rótulos pelos quais muitos são julgados. Na verdade, só Deus conhece os corações (I Samuel 16:7). Parabéns pela postagem.

Nele, que nos sonda e nos conhece,

Juber

Elizeu Rodrigues disse...

Xará

O termo usado por vc é singular: "EXEGETA". Outro vocábulo que escreveste é primoroso: "PRECONCEITO". Em uma reunião em minha congregação, disse que iria passar um tempo com os "adventistas", depois outro com os da "congregação cristã", etc, etc, para não escrever algo com o pré-conceito que os livros sobre seitas e heresias nos dão. Quase fui morto por meus companheiros de ministério. Somos preconceituosos, nisto não há dúvidas.

Parabéns por sua matéria. Mandarei por e-mail aos meus amigos "apologétas". Fica na paz de Cristo, mano.

Ábia Costa disse...

A paz do Senhor

achei interessante sua reflexão,mas cuidado para não se tornar como eles,pois vc tbm esta julgando os apologetas

Em Cristo

Eliseu Antonio Gomes disse...

Prezada Missionária Ábia

Pois é... Eu pensei neste caso conforme a sua observação antes de publicar o artigo.

Noto que os criticados em sua grande maioria têm sofrido calados por longa data. E tenho visto que os críticos ganham dinheiro assim... Livros, artigos em revistas e jornais evangélicos. E até, alguns, se favorecendo, diretamente, do ministério dos criticados.

Recentemente, um cantor gravou uma música, não considero louvor, criticando o Diante do Trono, e o mesmo se favoreceu bastante da emissora de televisão do ministério DT.

O conteúdo deste artigo tem sido uma constante em minha mente. E as linhas acima nasceram de uma conversa. Resolvi registrar depois aqui. São reflexões: não é proibido pensar.

- disse...

Perfeito, Eliseu!

Creio que o que foi dito é válido não para os casos e situações mencionadas, mas para todo e qualquer ato de julgamento. Afinal, quando Jesus disse aos homens para não tentarem separar no campo do mundo o joio do trigo, Ele estava dizendo que homem algum conhece o coração de outro homem, mesmo quando lhe conhece os caminhos, os atos, as formas, os modos, os comportamentos e os pensamentos confessados. Isto nos põe diante do mistério do homem! Temos o direito e o dever de escolher com quem desejamos estar e viver, mas não temos o direito de dizer quem é quem e ou o quê; jamais — especialmente no que diz respeito ao homem e Deus. Ou seja: Jesus ensinava que a melhor certeza do homem é que o joio existe, mas o resto é dúvida; pois, não lhe foi dado o poder de entrar nas naturezas das coisas.

Belo texto! Se for possível, vou citá-lo em meu blog.

Um abraço!

Eliseu Antonio Gomes disse...

Filipe

Primeiramente, obrigado pelo elogio e por abrilhantar este blog com a sua presença.

Respondendo o que comentou:

1 – Sobre os julgamentos

Somos chamados para ser luz do mundo. A luz brilha na escuridão e torna perceptível o que as trevas fazem. Penso que é necessário saber a hora certa de agir na questão do ato de julgar..

Jesus Cristo recomendou emitir julgamentos: “Não julgueis segundo a aparência e, SIM, pela reta justiça” (Mateus 7.24). E o apóstolo Paulo escreveu sobre o ser humano: “Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1ª Corintios 2.15).

Discernir é julgar corretamente, é diferenciar, é distinguir, descortinar “os mistérios do homem”. .Somos capazes de fazer isso sem pecar quando conhecemos e usamos a Bíblia com seus textos e contextos, excluindo a opinião humana, sendo alguém totalmente imparcial em todas as situações que citá-la. Deus é justo e Sua Palavra reflete essa justiça.

Certa vez Jesus Cristo disse que a boca fala do que está cheio o coração (Lucas 6.45); noutra que pelos frutos se conhece a árvore (Mateus 7.15-20). Ou seja, muitas pessoas são conhecidas pelo que falam e fazem.

É necessário lembrar que entre os dons espirituais que o Senhor deixou à Igreja existe o dom de discernimento espiritual (1ª Corintios 12.10). Esse dom não se refere aos julgamentos sumários e injustos, é o uso da Palavra de Deus, “apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4.12).

Em muitas circunstâncias não é preciso se manifestar diante de um discernimento recebido, não é preciso dizer quem é quem, ou o quê.; a revelação surge com o propósito de ajudar os servos de Deus, portadores do dom de discernimento espiritual, a escolher corretamente evitando os embaraços na sua caminhada de fé, e assim continuar sendo feliz..

2 – O Joio e o trigo

Não possuímos o poder da onisciência, então, concordo que não há possibilidade humana de “entrar na natureza das coisas”. Porém, temos diante de nós a Escritura Sagrada. Ela é a regra de fé e conduta do cristão. Ao examiná-la, fazendo comparações com o que as pessoas fazem e dizem, atentando às regras bíblicas, conseguimos avaliar o que tais pessoas realmente são, convertidas ou não, segundo a perspectiva de Deus.

O joio mencionado por Jesus são as pessoas extremamente eficazes na sua desfaçatez. As hipócritas, com hipocrisia tal a ponto de conseguir encobrir perfeitamente o que pensam e fazem por toda a vida delas. Nestes casos toda opinião humana sobre essas pessoas falsas é equivocada porque será segundo as aparências. Seja para dizer que são gentes boas ou gentes más. E só Cristo é quem poderá emitir o juízo correto sobre elas. Entretanto, quando escrevemos ou falamos a Palavra de Deus, discernimos de forma inconsciente, atingimos os corações delas sem perceber.

Abraço