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Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 12 de julho de 2014

Seguir Jesus é difícil?

Por Katie Bivens
Tradução livre: Eliseu Antonio Gomes

Não é fácil seguir a Jesus.

Ser uma pessoa cristã é escolher fazer sempre as escolhas certas, e viver assim pode ser complicado.

Ver os outros como Jesus os via é difícil.

Às vezes, quero sentar e falar da vida alheia sem compromisso com minhas convicções. Por vezes, sinto vontade de julgar pessoas que conheço superficialmente, sem saber os motivos que as levaram a fazer o que fizeram. De vez em quando, desejo apenas ofender aquela garota que "roubou" o bonitão que eu sinto vontade de conquistar (ah... ele gosta mais dela do que de mim).

Ocasionalmente, acho que ao fazer coisas assim eu me sentiria muito melhor comigo mesma. Sou ser humano. Ainda faço essas coisas. Mas, ultimamente, ao fazê-las frequentemente me sinto condenada.

Notícia de última hora: seguir Jesus pode acabar com seu mundinho confortável.

Ao começar seguir Jesus de verdade o coração muda. Ao colocar os joelhos no chão e com sinceridade clamar, confessar que não precisamos mais nada neste mundo além dEle, a transformação interior acontece. Então, passa a ser fácil analisar as mesmas situações acima descritas de um jeito diferente, com a clareza necessária: "Oh, aquela garota parece menos louca do que eu pensava ser" ou "ela não foi tão ruim assim, de fato ela nunca roubou meu namorado". Mas você sabe o que acontece realmente em você? Estamos em constantemente reforma, o Senhor se faz presente em nós mudando os nossos corações para melhor.

Será que pelo fato da nossa caminhada com Deus estar em andamento, significa que nunca mais fofocaremos, deixaremos de agir como juízes dos outros, ou nunca mais nos comportaremos de modo rude? Logicamente que não será desse jeito. Será que mudará a maneira que nos sentiremos após tudo isso? Absolutamente, sim.

Se orarmos e buscarmos a orientação do Senhor o suficiente, as nossas ideias e prioridades mudam. A idolatria acaba. Aquela necessidade de receber aprovação ao criticar duramente os outros desaparece. Aprendemos a crescer silenciosamente quando não temos nada edificante a dizer. Eventualmente, tomamos conhecimento de como nos expressar corretamente contra o ridículo. Ganhamos experiência para dirigir as conversas para assuntos edificantes, evitando o escândalo. E espalhamos mais amor e menos ódio. Estamos sempre evoluindo em nosso aprendizado. 

É vivermos nossas vidas sem temer que outras pessoas descubram o que dissemos delas quando estavam ausentes. Vivendo com Cristo, vamos viver de maneira exemplar, demonstrando a todos continuamente amor e benevolência.

Escolhamos viver nossas vidas como Jesus viveu a dEle aqui na terra.

Com certeza, muitas vezes optar por seguir Jesus pode ser difícil, mas sempre valerá a pena porque Deus estará conosco para dar forças e nos fazer superar tudo o que for preciso.

E.A.G.

Fonte: Following Jesus Is Hard -  http://shatteredmagazine.net/following-jesus-is-hard/
A autora mora em Hunsville, Alabama, Estados Unidos. É blogueira www.katiebivens.blogspot.com ], escreve sobre sua fé e sentimentos nos blogs Faith - Is the only think required of you, e registrou experiências missionárias no Peru em Take heart and wait. Possui alguns artigos publicados na revista Shattered Magazine, versão online e impressa. 

Atualizado em 13/07/14 às 22h20.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A recompensa dos bons e maus semeadores

"Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis" -Colossenses 3.24.

Deixamos de praticar o bem pelo fato de esperar alguma coisa em troca? Se não houver estimativa de bom retorno, nos negamos a ser bondosos ou não nos esforçamos além do habitual e não nos dedicamos a fazer tudo bem feito? Só há esmero quando existe a certeza que haverá alguma recompensa?

A pergunta mais frequente nesta situação, se as respostas às questões acima foram "sim", é: "O que eu vou ganhar com isso?"

No capítulo 3 da Carta aos Colossenses, Paulo orienta sobre os aspectos sociais. Ele fala do relacionamento e dos aspectos entre marido e esposa, entre pais e filhos, relações trabalhistas. Ao concluir as orientações, ele exorta aos leitores a "tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens" (versículo 23). A perspectiva que o cristão deve ter é sempre esta: tudo o que faz para alguém, deve ser feito como sendo feito não apenas para este alguém, mas feito também para Deus.

Os tratamentos de Deus com seus filhos segue princípios que são peculiarmente dEle, e que expressam fielmente seu modo de agir com justiça. Será que a sementinha errada insiste em brotar dentro de nós, levando-nos a fazer as coisas sempre do nosso jeito, visando nosso benefício? "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará" - Gálatas 6.7.

Nossos pecados foram perdoados por Cristo? Então, é nosso privilégio, daí por diante, ser conduzidos por Ele, de maneira voluntária adotar metodologias e procedimentos que sirvam para glorificá-lo na grandeza de sua santidade e misericórdia.

Viver em Cristo não é um caminho áspero, é um caminho de amor, de tal modo preparado, que nos proporciona toda a necessária proteção. Para receber as bênçãos de Deus, é necessário permanecer no mesmo caminhar do Espírito Santo, que apresenta-nos a semente certa a semear (Gálatas 5.16-23). Apenas quem plantou amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, colherá amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Ninguém espere lançar ao solo as obras da carne e ser agraciado com o fruto do Espírito.

Quando aceitamos as diretrizes da Palavra, evitamos plantar dissabores, e assim mais tarde não teremos que engolir pratos indigestos. Aquilo que estamos experimentando hoje está diretamente relacionado com alguma coisa praticada em nosso passado, trata-se de uma colheita do que plantamos anteriormente.

Assim, a pergunta inteligente, que todos deveriam formular antes de qualquer ação, é: "qual será a consequência disto em meu futuro?" O princípio que opera nossas vidas é: com a medida com que medirmos seremos medidos por Deus. Temos sido benignos? Benignidade nos será multiplicada. Temos criticado as atitudes de outras pessoas com intenção má? Provavelmente, num futuro não muito remoto descobriremos que estamos fazendo a mesma ação que nos motivou a criticar - ou algo pior - e recebendo as consequências do ato reprovável. Prejudicamos o próximo? Sofreremos, não seremos bem-sucedidos em nossos planos.

Deus já fez tantas coisas em nosso favor, que jamais conseguiremos retribuir-lhe por tudo que fez, a nossa dívida é impagável. Então, tudo o que realizamos agora, seja para nós ou para o próximo, que seja realizado pautado no amor verdadeiro, como se feita para o Criador num gesto de gratidão. A perspectiva correta do cristão é agir assim, este é o procedimento de um autêntico servo de Deus. Paulo declara que somente desta maneira  seremos recompensados como seus herdeiros do Pai Celestial (Colossenses 3.24).

E.A.G.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Divórcio e novo casamento pela ótica da Reforma Protestante

Por Cristiano Santana

Sei que a questão do divórcio e novo casamento é um assunto que sempre gera debates acirrados, por isso nem quero entrar no mérito da discussão. Eu apenas gostaria de me endereçar àqueles que acreditam estar seguindo toda a tradição reformada ao defenderem o indissolubilidade absoluta do casamento, que se resume nisso: um cristão só está livre para novo casamento quando o seu ex-cônjuge morrer. 

Na verdade, a doutrina acima é muito mais católica do que reformada. Na Reforma do séc. 16, no esforço de retornar ao ensino bíblico, os protestantes rejeitaram a natureza sacramental do casamento, e com isso a indissolubilidade absoluta do casamento cristão. Com base na Bíblia, desenvolveu-se no campo protestante o consenso que o casamento é santo, e em princípio indissolúvel, mas que existem situações que rompem o laço matrimonial, e que permitem o divórcio e novo casamento. 

Lutero, João Calvino, Zwinglio, Melanchton e outros, se pronunciaram a favor do divórcio, como último recurso nos seguintes casos: infidelidade, recusa em se manter relações sexuais, abandono do casamento, diferenças religiosas irreconciliáveis, perigo de vida, insanidade. Em Estrasburgo até o consentimento mútuo era aceito (abandono do casamento por ambos).

 Olhem o que diz a Confissão de Westminster, uma das últimas confissões formuladas durante a Reforma:

"O adultério ou a fornicação cometidos depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso do adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta."

Encerro dizendo, mais uma vez, não quero discutir se o novo casamento é válido ou não. Mas creio ter atingido o meu propósito ao demonstrar que a doutrina da indissolubilidade do casamento não tem nada de reformada, mas é de origem católica.

Fonte: Cristiano Santana - Uma Visão do Mundo