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sábado, 3 de maio de 2014

Dons de elocução

Por Eliseu Antonio Gomes

Que relação há entre os dons espirituais de elocução e os talentos naturais da comunicação? Alguns dirão que nenhuma, outros que não existe diferença digna de nota. Devemos ignorar os extremos, porque Pedro e Paulo demonstraram considerar que o verbo "servir" (diakoneõ) como "dom espiritual", aludindo tanto aos serviços gerais como ao pastorado, que faz da fala a ferramenta principal de exercício do trabalho ministerial (Romanos 12.7; 1 Pedro 4.11).

Há uma diferença clara entre os talentos naturais e dons espirituais: o Criador nos fez perfeitos, providenciou talentos de expressão para homens e mulheres que com muita facilidade demonstram notáveis habilidades para o discurso e para a música. E, reservado às almas redimidas, que compõem a Igreja, por intermédio do Espírito Santo, Deus distribui dons sobrenaturais de capacitação. Assim, com bastante cautela precisamos observar o uso de talentos naturais e dons espirituais atuantes na Obra do Senhor, porque o Criador de toda a criação também é o Criador da nossa vida em Cristo Jesus, e em sua soberania instrumentaliza seus servos como lhe convém (Jeremias 1.5; Gálatas 1.15).   

É importante conhecer o propósito dos dons do Espírito, Saber qual é o propósito da existência deles, para evitar ser enganado e não envolver-se em confusão sobre eles na Igreja.

Os três dons de elocução, são: profecia, variedade de línguas e interpretação.

Profecia

À vista da importância da profecia, se aplica este versículo: "o testemunho de Jesus é o espirito da profecia" - Apocalipse 19.10.

Temos razão de sobra para crer na profecia vinda de Deus pelo Espírito Santo, pois experimentamos e vemos os resultados positivos dela, que em consonância com o dom da palavra da sabedoria, palavra do conhecimento, nos traz revelações que conduz à vida eterna.

É necessário conhecer profundamente tudo o que se relaciona com a profecia. A manifestação da verdadeira profecia nos exorta, consola e edifica. "Mas o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando" - 1 Corintios 14.3).

A profecia é comum e proveitosa nas reuniões evangélicas pentecostais, mas cabe o cuidado que Paulo recomenda: fale dois ou três e os outros julguem (1 Corintios 14.29), pois em paralelo com a verdadeira é possível manifestar-se a falsa, que pode inserir no seio da comunidade cristã a religiosidade sem Deus com ensinamentos carnais. A vigilância e a boa orientação são tão necessárias quanto o incentivo a buscar o dom de profecia.

Há três procedências das profecias: do ser humano, de Satanás e.do Espírito,

a - A profecia de origem carnal pode acontecer quando o ser humano tem interesses de liderança, quer ver um desejo realizado, é uma pessoa imatura no aspecto espiritual. Temos o exemplo do profeta Natã. Davi manifestou a ele o desejo de construir uma casa para a arca da aliança, que também era o seu desejo. Então, Natã pronunciou uma mensagem em conformidade com seu coração, porém, o Senhor interveio e disse-lhe: "Vai e dize ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Tu não edificarás casa para a minha habitação" (1 Crônicas  17.1-4; Jeremias 23. 21, 25, 28; Ezequiel 13.1-8).

b - O espírito imundo jamais se apodera do crente convertido a Cristo. Os porta-vozes do espírito imundo nunca são verdadeiros servos de Deus. A mensagem satânica se caracteriza por se contrária a Palavra de Deus, provocando tragédias. Ver: Isaías 8.19; Atos 16.16-18).

c - Pode-se definir a profecia verdadeira como "falar no próprio idioma, sob a inteira unção do Espírito Santo".

O ministério profético no período da Antiga Aliança e o dom da profecia da Nova Aliança são resultados da operação do Espírito Santo.

A pregação inspirada pode conter elemento profético, contudo, a profecia é diferente porque tem a sabedoria e a fé, é a voz do Espírito e se caracteriza por produzir bons resultados (Deuteronômio 18.22; 1 Coríntios 14. 24, 25).

O sinal mais claro de que uma profecia é verdadeira é que sua mensagem sempre é em consonância com as Escrituras Sagradas, porque o Espírito Santo, que a inspirou, reconhece sua superioridade e jamais se contradiz com o conteúdo bíblico (2 Timóteo 3.16-17). A finalidade da profecia é enfatizar o que está escrito e não trazer revelações extra bíblicas, como por exemplo anunciar a data da volta de Jesus ou revelar os anos de sua infância e adolescência.

Variedade de línguas

Quando os crentes do primeiro século eram cheios do Espírito Santo, falavam em línguas (Atos 2.1-4). Observamos que a experiência era acompanhada de transformações espirituais, o amor por Cristo e pela Palavra de Deus se tornava real na vida deles, se tornavam extremamente zelosos pelo crescimento do reino de Deus.

As línguas estranhas não são dogmas eclesiásticos. Não são ensinadas de pessoas para pessoas, porque são resultado direto do Espírito Santo na vida do crente quando este é revestido com o poder divino.

Assim como na geração apostólica, os crentes batizados com o Espírito Santo no  século 21 recebem o mesmo impulso para aproximar-se do Senhor e realizar a vontade divina com mais ousadia e eficácia.  Tal atitude coloca  em cheque aqueles que afirmam que os crentes que falam em outras línguas agem sob efeito satânico. Como Satanás induziria os seres humanos a servir a Deus de uma maneira melhor?

Há quem afirme que todas as pessoas que são batizadas com o Espírito Santo falam em outras línguas, mas não há base bíblica para tal afirmação. Em 1 Coríntios 1.5, Paulo escreve que deseja que todos os crentes falem em línguas estranhas, o que subentende-se que não eram todos os agraciados com o batismo que falavam. A certeza é que os crentes não batizados com o Espírito não podem falar em línguas estranhas.

As línguas são evidência do batismo, todos os crentes batizados têm o direito de falar em línguas estranhas (Atos 2.1-4; 10.44-47; 19.1-6). Quem fala em línguas, edifica-se a si mesmo e fala com Deus, e deve buscar o dom de interpretação para que a Igreja seja edificada com a mensagem (1 Corintios 14.2, 4, 12-26).

Interpretação de línguas

Entre todos os dons, apenas as capacidades de falar em línguas estranhas e interpretá--las estão restritos aos servos de Deus da Nova Aliança, pois surgiram após o evento do Pentecoste no Cenáculo, quando os discípulos receberam o batismo com o Espírito Santo.

Nem todos os cristãos batizados possuem a capacidade de falar diversas línguas e ao ser falada durante a reunião de culto é necessário que seja interpretada, para que os presentes possam receber a mensagem e sejam edificados (1 Coríntios 12.30; 14.13-26, 28).

O dons de línguas e de interpretação, isto é, a entrega da mensagem da profecia aos crentes na Igreja, podem ser controlados por seus portadores. O espírito do profeta é sujeito ao profeta (1 Corintios 14.28).

Há quem atribua ao dom de falar em línguas um caráter meramente humano, como o brasileiro usar sua intelectualidade e aprender a comunicar-se em alemão, japonês, inglês, etc. No entanto, o falar em línguas, conforme nos mostra as narrativas do livro Atos dos Apóstolos, tem em seu propósito e operação caracterizar a primeira experiência do batismo com o Espírito Santo. Os discípulos não fizeram cursos de idiomas, a capacidade para falar veio a eles sobrenaturalmente. Paulo, em 1 Corintios 14.14, 19, esclarece que o ato de falar através do dom de línguas é uma comunicação do espírito humano com o Espírito Santo, uma ação em que o entendimento do homem fica à parte.

De igual maneira, a capacidade de interpretação do dom de línguas ocorre de forma sobrenatural, a mente humana também não atua. É uma experiência que ocorre entre o espírito do homem e de Deus.

E.A.G.

Consultas:
Batismo e Plenitude do Espírito Santo - O mover sobrenatural de Deus, John Scott, páginas 95 e 96, reimpressão 2013, São Paulo, Vida Nova.
Nos Domínios do Espírito Santo, Estevam Ângelo de Souza, páginas 197-234, 1992, Rio de Janeiro, CPAD.

O destruidor de famílias


Confira aqui no Belverede nossos artigos sobre família, relação entre pais e filhos e sobre a importância do homem e da mulher na sociedade moderna nos papéis, respectivamente, de marido e esposa, pai e mãe, e cidadãos.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Comportamento de cristão fora do ambiente de culto (3): Oração, testemunho e fé - reflexão em Efésios 5.14


"Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá" - Efésios 5.14.

No Novo Testamento, além do aspecto físico do descanso, o verbo "dormir" tipifica a ausência da prática de oração consciente, do conhecimento bíblico e da esperança nas promessas contidas nas páginas bíblicas. 

Acordado em oração

Estar acordado em oração é orar com consciência e fé, tendo a noção de estar diante do Criador, dialogando com o Ser Supremo. Confessar os pecados disposto a deixá-lo; glorificar ao Senhor; agradecer por todas as bênçãos recebidas; interceder pelos irmãos e irmãs. Desperto do sono espiritual, é não fazer do ato de dobrar os joelhos e fechar os olhos apenas mais um hábito entre tantos outros hábitos das 24 horas do dia. É, ao se levantar e abrir os olhos, não se esquecer do conteúdo que apresentou a Deus em oração, porque sabe que este momento é um momento de valor incomensurável.

Acordado diante da Palavra

Para mim, dormir em relação à Palavra não significa apenas desconhecer o texto bíblico. Também é conhecê-la e desprezá-la, tal qual o filho desobediente que ignora os conselhos dos pais e faz apenas aquilo que tem vontade. Infelizmente, existe muita gente com nível teológico exuberante, mas sem praticar o mandamento do amor ao próximo, gente crente incapaz até de amar de verdade quem o ama, quanto mais amar os inimigos, como Jesus ordena que amemos.

Acordado para testemunhar a fé em Jesus

Dormir o sono do bom testemunho e autoridade espiritual, no meu modo de entender, é o mesmo que tropeçar nos dois erros acima. Além disso, deixar de usar a autoridade que há no nome de Jesus Cristo, conforme o próprio Jesus Cristo manda. 

O Filho de Deus nos autoriza repreender os males usando seu nome: “sujeitai-vos a Deus e resisti ao diabo e ele fugirá de vós”, e, “em meu nome expulsarão os demônios”. Repare, está escrito em Tiago 4.7 e Marcos 16.17-18, que é da competência do crente obedecer ao Senhor e resistir ao diabo, repreender demônios e enfermidades. Assim sendo, creio que em momentos de adversidades nunca é suficiente dobrar os joelhos e clamar pelo socorro divino. Deus é sempre o socorro presente em tempo de angústia, porém, deu à Igreja poder de ação, então, é preciso orar e agir em conformidade com a determinação bíblica. 

Alguns crentes acreditam, equivocadamente, que é preciso ser uma pessoa batizada no Espírito Santo para ter condições de expulsar demônios e orar por curas divinas. Tal pensamento equivale a dormir na fé, porque na ocasião em que Jesus enviou os discípulos para anunciar que o reino de Deus estava próximo (Lucas 10.3-12), ordenou que eles curassem enfermos e repreendessem o maligno. Eles fizeram isso com sucesso. Na ocasião, nenhum deles havia sido revestido com o poder, não havia passado pela experiência do Pentecoste no Cenáculo, não tinham dons espirituais – bastou usar o nome Jesus Cristo para o sobrenatural acontecer no ministério deles. 

Estamos acordados na fé quando não estamos desatentos e vivemos em acordo com Deus e as Escrituras Sagradas.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pico do Jaraguá, cidade de São Paulo, sudoeste brasileiro



O ponto mais elevado da cidade de São Paulo, pela perspectiva da Rua José Bento de Souza Neto, Distrito São Domingos, no bairro Pirituba, São Paulo - SP.