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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

João Batista, o precursor do Nazareno

O nome João Batista em hebraico significa favor de Deus. E existe lógica em receber tal nome. Ele foi um dos mais influentes personagens bíblicos, prenunciou o fim da Lei e dos profetas e anunciou o Reino de Deus, é personagem único no plano divino através dos séculos - o último profeta na antiga aliança, portanto, o preparador para o tempo do Reino,para a entrada da nova dispensação, a Dispensação da Graça.

O nascimento e a infância

Não se sabe qual o sentido exato da palavra que indica o grau de parentesco entre Maria e Isabel.  Algumas versões traduzem por prima (ARC; AFC) e outras por parenta (ARA; NVI). Aceita-se que João Batista e Jesus Cristo eram primos em algum grau (Lucas 11.34-36; 56, 57).

João teve um dos nascimentos mais espetaculares narrados nas Escrituras Sagradas. Seus pais, Zacarias Izabel já eram idosos, não tinham nenhuma perspectiva humana para que ele nascesse, pois sua mãe era mulher estéril (Lucas 1.5). Ambos oravam ao Senhor a respeito dessa situação e pediam um filho. Zacarias era sacerdote, e durante um momento em que ministrava, o anjo Gabriel apareceu e anunciou as orações seriam atendidas por Deus e o casal teria um filho. Zacarias pareceu duvidar da promessa do Senhor e pediu um sinal, foi repreendido e castigado com a perda da fala até que João Batista fosse circuncidado (Lucas 1.11-18, 20, 59-64).

Com certeza, o anúncio que João Batista viria a nascer foi motivo de muitíssima alegria, pois na cultura judaica era vergonhoso para a mulher ser incapaz de dar à luz, e de não conceber ao menos um menino (Salmo 113.9; 1 Timóteo 2.14-15; Gálatas 4.27).

O período de sua infância na região montanhosa de Judá,  e na fase adulta permaneceu no deserto até começar suas atividades como profeta em Israel (Lucas 1.39, 40, 80).

Enquanto João Batista estava no útero de Isabel, o anjo Gabriel foi enviado a Maria, a mãe de Jesus, para anunciar a ela que Jesus Cristo também nasceria (Lucas 1.26-27).

Viveu de maneira muito semelhante a Elias, outro importante personagem bíblico. O modo como os dois viveram era rústico, vestiam-se com túnica de pele de camelo (2 Reis 1.8; Mateus 3.4). Nos dias atuais, nômades e árabes pobres usam roupas com o mesmo aspecto.

Além da roupa, João também se alimentava rusticamente, comia gafanhotos e bebia mel silvestres que eram encontrados no deserto (Levíticos 11.22; Deuteronômio 32.13; 1 Samuel 14.25-29). Ainda hoje, na Arábia Palestina, Etiópia, e outras regiões do Oriente, é comum a parte mais pobre da sociedade servir-se de mel e gafanhotos como alimento principal.

Há fortes indícios de que João Batista tenha habitado na região de Qumram, onde foram encontrados na década de 1940 importantes manuscritos do Mar Morto.

Cogita-se, mas não é possível afirmar que tenha havido ligação entre João Batista e os essênios, grupo de judeus que exerciam forte influência religiosa na vida de Israel. Apesar de os essênios não serem mencionados nas Escrituras, é certo afirmar que eram considerados monges na geração em que o profeta viveu.

O ministério de João Batista marcou o fim de um tempo bíblico, foi o último dos profetas da antiga aliança, abriu o advento de um novo período na história da humanidade, que é a Dispensação da Graça (Lucas 16.16).

A personalidade 

Jesus Cristo comparou João Batista ao profeta Elias, porque ambos combateram tenazmente a hipocrisia, a desonestidade, e a maldade praticada em sua geração. Consecutivamente, Elias enfrentou Acabe e João Batista a Herodes (Mateus 17.11-13).

O perfil de João Batista é um exemplo de abnegação, renúncia e serviço. Os pontos áureos do ministério dele não são considerados gloriosos pelos padrões das biografias desse mundo. É descrito como um homem de pouca diplomacia pelos evangelistas. Era austero, sério, e demonstrava ser indivíduo corajoso diante de ameaças e atitudes contrárias às orientações de Deus. Não usava meias palavras e tinha posicionamentos veementes contra atitudes que entendia ser pecado e imoralidade (Mateus 14.4).

Com integridade e valentia, recusou-se a batizar aqueles que vinham até ele sem demonstrar arrependimento. Denunciou Herodes Antipas por ser homem mau, protestou contra o casamento dele com Herodias, disse que o casamento era ilícito pois vivia com sua cunhada, esposa de Filipe (Mateus 3.7; 14.4; Marcos 6.17-19; Lucas 3.7, 19).

O ministério

O anjo Gabriel descreveu a finalidade de seu ministério, informou que ele foi escolhido por Deus para introduzir o ministério terreno de Jesus Cristo, preparando o povo para a vinda de Jesus. E o profeta conscientemente cumpriu sua missão (Lucas 1.14-17; João 1.19-34). Foi proferida por ele a expressão contundente: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29).

A descrição que os evangelhos fazem sobre o ministério de João Batista é curta.  Mateus, Marcos e Lucas estão plenamente alinhados ao descrever sua mensagem principal: arrependimento, seus seguidores ao ouvi-lo eram tomados  por forte quebrantamento e contrição.

As narrativas do ministério de João iniciaram com relatos de sua administração nos rituais de batismo nas águas do rio Jordão. Em todo o tempo, esclarecia que batizar era menção ao sacrifício redentor de Cristo. A cena de sua atuação batizando impactou sua geração, pois cunhou-se dizer "o batismo de João". Há referência sobre suas atividades nos rito do batismo nos evangelhos e no Livro Atos dos Apóstolos (10.37; 11.16; 13.24; 19.3).

Ele pregava de forma intensa: exortava a todos para mudarem o estilo de vida; apontava publicamente para Cristo como superior a ele; denunciava abertamente o pecado dos religiosos fariseus; anunciou o sacrifício e eternidade de Cristo; e sobre a atuação do Espírito Santo na Dispensação da Graça (Mateus 3.2, 7-8, 11, Lucas 3.8; João 1.15, 29, 33, 36).

As diferenças entre João Batista e Jesus Cristo

Jesus é a Palavra, João Batista era um mensageiro;
Jesus é eterno, João Batista era temporal;
Jesus é a luz, João Batista um anunciador da luz;
Jesus é a vida. João Batista era uma anunciador da vida;
Jesus morreu e ressurgiu da sepultura como Salvador da humanidade, João Batista morreu e foi sepultado por seus discípulos.

Conclusão

Deus confia grandes tarefas a pessoas corajosas e humildes.

Algumas vezes João Batista foi confundido com o Messias, confusão que poderia inflar seu ego  não foi uma dificuldade, pois esclareceu que não era (Mateus 14.1-2; 16.13-14; Marcos 6.14; 8.27-28). Após relutar em batizar Jesus porque se considerava inferior a Ele e entender que deveria fazer isso para cumprimento das Escrituras, Jesus começou a pregar e os discípulos de João deixaram de acompanhá-lo para segui-lo. Ele não se ressentiu: "Importa que ele cresça e eu diminua" (João 3.22-30).

Ser fiel ao Senhor pode resultar em grande sacrifício. O zelo de João Batista foi cruelmente castigado, pois Antipas encerrou-o em um calabouço da fortaleza de Machaerus, em uma das regiões mais  agrestes da Peréia meridional, ao oriente do Mar Morto, onde não demorou para ser decretada sua morte por decapitação, ordem de Herodes, e sepultado por seus discípulos (Lucas 3.19-20).

Jesus Cristo declarou que entre os nascidos de mulher João Batista foi o maior (Mateus 11.11; Lucas 7.28).

E.A.G.
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O artigo contém compilações de Lições da Palavra de Deus, ano 9, edição nº 36, cujos comentários são assinados pelo Pr. Gesiel Gomes. Revista publicada pela Editora Central Gospel, referente ao 4º trimestre de 2013.

Postagens paralelas:

Temperamentos: fazia parte dos planos de Deus que João Batista fosse decapitado?
Seicho-No-Ie e o evangelho de João Batista

O valor dos bons conselhos

A Casa Publicadora das Assembleias de Deus oferece aos alunos de escola dominical, à faixa etária jovens e adultos, a revista Lições Bíblicas, cujo tema a ser explorado por todo quarto trimestre de 2013 aos domingos é Sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa. A autoria de comentários pertence ao Pr. José Gonçalves, professor de teologia, filosofia, escritor e vice-presidente da Comissão de Apologética da CGADB.

A literatura sapiencial judaica

Desde a mais tenra infância somos orientados a escutar e valorizar bons conselhos. Todas as culturas fazem uso de parábolas, lendas, enigmas e máximas para transmitir valores morais, éticos e espirituais.

Os livros Provérbios de Salomão e Eclesiastes são partes das literaturas de sabedoria dos judeus, preciosidades da sabedoria divina para trazer e manter dignidade ao cotidiano de todos os seres humanos, os ensinamentos de ambos os livros são aplicáveis a todo tipo de pessoa em qualquer lugar. Através da leitura e aplicação de ensinos, conselhos práticos para a vida, o leitor encontra nos livros Provérbios e Eclesiastes métodos para crescer na graça e no conhecimento de Deus, e ser uma pessoa melhor para si mesma e para o próximo.

Provérbios nos ensina a viver de modo sábio.

O termo hebraico para "provérbio" significa "comparação". Os provérbios nascem nos ditos populares. Embora trate de questões corriqueiras da vida, os provérbios bíblicos têm sua origem na sabedoria de Deus e expressam os conselhos divinos para nós.

Embora as Escrituras Sagradas nos informe que Salomão foi o homem mais sábio de seu tempo, ter escrito mais de três mil provérbios e 1.005 cânticos, a autoria do conteúdo do livro de Provérbios não é integralmente sua (1 Reis 4.32; Provérbios 1.1; 10.1; 25.1; 24.23; 30.1; 31.1). Atribuem-se a ele as seções que vão de 1.1-9.18, de 10.1-22.16. O último grupo, de 25.1-22.27, é uma seleção dos escritos dele copiadas pelos escribas do rei Ezequias (25.1).

O conteúdo do livro contém sentenças curtas, apresenta lições em forma de antíteses, comparações, parábolas condensadas e poemas, cujas mensagens são reflexos de verdades que foram aprendidas no dia-a-dia do israelita. Os ensinamentos incluem instruções sobre a insensatez, a riqueza, a pobreza, a língua, a humildade, a justiça, a vingança, a contenda, a gula, a cobiça, a preguiça, a amizade, a família, a vida, a morte, o pecado, o orgulho, o amor.

O objetivo do livro é instruir os leitores a viverem de maneira justa, correta e ética, pretende conduzir as pessoas a transmitirem em seu cotidiano a sabedoria de Deus. Os ditos reunidos no livro formam uma biblioteca de instruções sobre como viver uma vida reverenciando ao Senhor na terra e como estar seguro de uma recompensa no porvir.

Eclesiastes nos mostra o verdadeiro sentido da vida.

O termo hebraico para a palavra traduzida ao português como "eclesiastes", é "aquele que convoca uma assembleia e a ela se dirige", ou "o pregador".

Embora o autor não se identifique, é aceitável considerar que Salomão escreveu o livro Eclesiastes. O capítulo 1 e versículo 1 informa isso, como também o segundo capítulo parece ser uma descrição resumida de seu estilo de vida (2.3-7). Além disso, as tradições judaica e cristã conferem explicitamente autoria a ele. Fragmentos do livro encontrados em Qumram apontam que sua confecção é anterior a 150 a.C., endossando a afirmação de que Salomão o escreveu.

O livro de Eclesiastes contém caráter biográfico, seus capítulos se consistem em extratos aleatórios sobre a vida do autor, que embora fosse sábio viveu um período triste em sua vida, quando afastou-se da vontade de Deus. Como assim? É fato que Deus deu sabedoria a Salomão, mas ele usou seu livre-arbítrio e deixou de usá-la para proveito próprio. Por este motivo, do total de mais de três mil provérbios apenas pouco mais de uma centena deles estão agrupados no cânon bíblico e considerados de inspiração do Espírito Santo. A situação é um grande alerta ao cristão: não despreze a sabedoria que o Senhor deu a você.

O livro é dirigido para pessoa de todas as idades, mais especialmente aos jovens. Informa que o sentido da vida não é encontrado na posse de bens materiais, nos prazeres oferecidos pela sociedade secular, no acúmulo de conhecimentos e nem na conquista da fama.

A mensagem do livro pode ser definida em três proposições:

1 - Ao observar a vida com seus ciclos aleatórios e paradoxos inexplicáveis, pode-se concluir que tudo é fútil, uma vez que é impossível discernir qualquer propósito na ordem dos acontecimentos (1.4-18; 4.1; 7.15; 8.8);
2 - Apesar da incapacidade de decifrar, o ser humano deve desfrutar a vida ao máximo, ciente de que ela é um dom de Deus (3.12-13; 3.22; 5.18-19; 8.15; 9.7-9);
3 - O homem sábio aproveita bem a sua vida, vivendo-a em obediência a Deus, reconhecendo que um dia Deus julgará todos os homens (3.16-17; 12.14).

E.A.G.

Continuação: Advertências contra o adultério

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Consultas:
A Bíblia Anotada Expandida; Charles C. Ryrie; edição 2007;  páginas 605 e 638; Sociedade Bíblica do Brasil; Barueri - SP;
Revista Ensinador Cristão;outubro-novembro-dezembro de 2013,;ano 14; nº 56; página 36; Rio de Janeiro, CPAD;
Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso; José Gonçalves; 1ª edição 2013; capítulo 1; Rio de janeiro, CPAD.

domingo, 29 de setembro de 2013

Pentecostal no século 21



"Portanto, procurai com zelo os melhores dons" - 1 Coríntios 12.31a.

Uso o  adjetivo "pentecostal" para enfatizar aquelas pessoas que dizem que o crente é obrigado a falar em línguas porque ela é sinal que a pessoa está batizada no Espírito. A adjetivação aponta à triste realidade da existência de tanta gente dentro das igrejas, antigas frequentadoras de reuniões em templos evangélicos, mas que não abriram seu coração à comunhão e ao conhecimento pleno da vontade do Senhor, e assim não buscam os dons do Espírito por pensarem que o dom de línguas é a mais importante manifestação de Espírito Santo para a vida cristã.

Hoje em dia muita gente parece pensar que o batismo no Espírito ocorre apenas para que se fale em línguas estranhas. Parece que há desconsideração ao catálogo de dons, são nove dons espirituais citados em 1 Corintios 12. Entre eles o dom que capacita a falar em línguas para edificação própria.  

"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" - 1 Coríntios 12.7-11.

O Espírito Santo faz o fracassado conhecer a vitória. Isto é, levanta  o ser humano fraco, aquele que está mergulhado em Cristo torna-se nova criatura, tudo se faz novo na vida dela. O batismo no Espírito torna o crente pentecostal eficazmente preparado para vencer o pecado, triunfar com maior facilidade sobre os vícios, físico e da alma, para não viver mais apenas para si, mas objetivando o bem estar do seu próximo (1 Coríntios 14.4; 2 Coríntios 5.15-17).

Sem exercitar o amor de nada vale falar línguas estranhas e ser agente de dons espirituais. Praticar amor é o sinal da conversão, enquanto que manifestar dons é sinal da misericórdia de Deus em nossas vidas, realizados durante o relacionamento interpessoal na comunidade cristã.

Note bem, o falar em línguas tem o propósito específico de EDIFICAR quem fala. E o portador dos demais dons é canal para abençoar o próximo sobrenaturalmente, para glória de Deus (1 Coríntios 14.4, 12).

Observando 1 Corintios, capítulos 12, 13 e 14, percebemos que não são apenas os dons de línguas com interpretação que edificam. Os outros sete dons também são edificantes para a igreja. Nos versículos 12 e 26, capítulo 14 da primeira carta aos crentes de Corinto, lemos que a manifestação de todos os dons existem para a edificação espiritual coletiva: "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja (...) Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação." 

Assim sendo, aonde estão nos dias atuais os nove dons? Porque tantos falam em línguas e há escassez dos outros oito dons no meio pentecostal? 

E.A.G.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rejeitando a ansiedade

A palavra diz tudo: pré (antes) ocupação, isto é, ocupar-se antes do momento ideal. Geralmente, a pessoa exageradamente ansiosa trabalha em dobro, e sem os resultados ideais. Ela escolhe soluções próprias e não segundo a vontade de Deus. Até podem ser escolhas honestas e justas, mas mesmo assim serão opções abaixo da qualidade que o Senhor reservou para ela.

Precisamos orar igual Davi: "Esperei com paciência no Senhor e ele ouviu meu clamor" (Salmo 40.1).

Algumas pessoas pensam errado, considerando que esperar
em Deus é cruzar os braços e parar. Não é isso.

Esperar em Deus é andar com Deus como Enoque fez, e ele por escolher a companhia divina entrou para a história como o primeiro ser humano arrebatado. (Gênesis 5.24).

Esperar em Deus é ser uma pessoa espiritual, é caminhar no Espírito. Uma das nove características do fruto do Espírito é a paciência (Gálatas 5.16-23).

E.A.G.