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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Existe justo ou não? Romanos 2.10 e Hebreus 10.38 são contraditórios?

Alguém lê e pode pensar que encontrou contradição das Escrituras Sagradas ao colocar em paralelo os textos contidos em Romanos 3.10 e Hebreus 10.38, que falam sobre a justiça. Mas a simples contextualização esclarece que existe coerência doutrinária de pensamentos entre os textos.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

O crente e a fé insuflada por Mateus 21.21 e Hebreus 11.6

O crente e a fé insuflada por Mateus 21.21 e Hebreus 11.6. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

Sobre pessoas portadoras da fé nos dias atuais, não é raro encontrar testemunhos considerados insanos, declarações que para alguns é entendida como propagação de heresias. É compreensível que seja assim, pois agir com fé é o mesmo que atravessar a linha racional, estar além da  lógica humana.

Esta postagem ocorre em consequência de uma troca de postagens em uma rede social. O que escrevo é baseado  no conhecimento bíblico adquirido pela leitura e meditação na Palavra, conhecimento este que trouxe experiências pessoais, bênçãos recebidas. Ao orarmos com fé, somos atendidos. Eu não digo "somos atendidos" retoricamente, digo isso como depoimento, testemunho cristão. Acontece comigo.

Reflexão sobre a fé

O  texto bíblico que descreve a fé é bastante conhecido, encontramos em Hebreus 11.1: "Ora, a fé é a certeza de coisas que esperamos, a convicção de fatos que não se veem". As pessoas citadas neste trecho da Bíblia são exemplos de fé que nos enchem de coragem e nos incentivam a seguir uma vida tendo a fé em ação, embora sejamos incompreendidos em diversas situações. Tais pessoas carregaram as promessas do Senhor no coração e tiveram a vida ativa dedicada ao Todo Poderoso. E assim alcançaram a graça do Senhor, nasceram de novo pelo Espírito Santo e entregaram-se a uma vida de trabalho e constante atividade no Reino de Deus. Serviram ao Pai celeste, foram desafiadas por causa da fé mas permaneceram fieis até o fim.

Ter fé não é arriscar tudo como o jogador que se lança à sorte e ao azar. O crente age com confiança que as promessas de Deus serão cumpridas integralmente e elas se cumprem na íntegra. A vida da pessoa que age crendo é uma declaração de fé por causa de suas ações. A fé é uma certeza que coloca o crente diante do sobrenatural, não é palpite e não cabe dúvida. Podemos comparar a fé com substâncias concretas, tal qual as coisas materiais e temporais são acessíveis aos nossos sentidos, a fé tem a mesma clareza do objeto perceptível. 

O foco da fé do cristão é o nosso Deus, que é o Ser Superior para o qual nada é impossível; e o acesso a Ele é em nome de Jesus, conforme a instrução e promessa de Cristo, tudo é atendido se o pedido é feito usando a fé.

Promessas aos portadores da fé no Deus que deseja nos abençoar agora

A prática de orar com fé impactante é diferente da prática da fé devocional, é mais do que crer na existência de Deus, é crer que Deus quer nos atender naquilo que pedimos. Esta crença tem o suporte da Bíblia, possui referência em Hebreus 11.6: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que recompensa os que o buscam."

Jesus prometeu, o seguinte: "Em verdade, em verdade lhes digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo o que vocês pedirem em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirem alguma coisa em meu nome, eu o farei" - João 14.12-14. É importante atentar ao pronome "tudo", pois está muito bem traduzido do grego koiné ao nosso português.

Algumas pessoas afirmam que tomar a atitude conforme o ensino de Jesus neste trecho de João 14.12-14 é tratar Deus com irreverência, como se Ele fosse uma espécie de empregado ou gênio da lâmpada de Aladim. Mas o que lemos, tanto no Evangelho de João quanto em Mateus 21.21-22 são promessas bíblicas postas à disposição do crente. 

O Pai celeste nos atende quando vivemos como discípulos de Jesus, pois na condição de seguidores do Mestre buscamos ao Senhor em conformidade com a sua vontade. É verdade que Deus não responde aos interesses egoístas. Naturalmente, o crente convertido não alimenta desejos mesquinhos, sua oração não acontece em choque com a doutrina bíblica, o "tudo o que pedirdes (Mateus 21.21) está incluído em "se fizerdes tudo o que vos mando" (João 15;14).

Quando o crente ora, lembrando-se que tudo o que solicita com fé é atendido, não age de modo repreensível, não está fora do padrão do ensino de Jesus. Sua oração não está passível de contestação, pois resulta da aprendizagem oriunda do ensino de Cristo (Mateus 6.9-13; 21.22). Quem ora assim, considera "venha o teu reino; seja feita a tua vontade assim na terra como no céu".

Deus, o Pai perfeito

O Novo Testamento apresenta a Deus como aquEle que é realmente bom, quando comparado a pessoas boníssimas. Deus não alimenta nenhuma maldade, é o eficiente promotor do bem. Sua bondade é completa e está relacionada a sua justiça impecável. Ele a ninguém tenta porque não é possível que seja corrompido pelo mal (Lucas 18.19; Tiago 1.13, 17).

Na condição de Ser Supremo, o Absoluto, o Incomparável, o Altíssimo, Deus é descrito por Jesus como nosso Pai. Ele é o  Pai Eterno, o  Pai de amor, o Pai Celestial. Ao apresentar o modelo de oração aos cristãos, Cristo nos ensina a buscarmos a Deus na condição de uma figura paternal de uma família. 

"Portanto, orem assim: 'Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;  seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje;  e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores;  e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém]!" -  em Mateus 6.6. 

Na Oração Pai Nosso, Jesus nos deu a orientação sobre o que é orar, observamos que nos ensina a buscar a Deus como seus filhos amados. Ainda sobre a oração, Jesus disse o seguinte: "Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a porta será aberta. Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra"- Mateus 7.7-9.

Não é ao acaso que o Reino de Deus é citado na oração Pai Nosso. O Reino de Deus está presente no cotidiano do crente convertido a Jesus Cristo, é uma realidade incontestável a  todos os seguidores de Cristo. Mas esta situação não é compreendida perfeitamente pelas pessoas que criticam a oração do crente que agrada ao Pai celeste o buscando em oração movida pela fé de que Ele é galardoador por excelência. É importante refletir que se servimos a Deus com inteireza de coração, somos cidadãos do Reino porque vivemos o padrão comportamental cristão, embora ainda vivamos como peregrinos aqui na terra.

Os pais humanos, de filhos biológicos ou adotivos, mesmo sendo imperfeitos, geralmente desejam o bem-estar da sua prole, quanto mais o Pai celeste deseja nos ver em boa condição. Na sociedade, um pai tem a função de amar e educar uma criança, respondendo às suas necessidades básicas, com o objetivo de que ocorra o seu desenvolvimento quanto ao aspecto físico, emocional, psicológico e espiritual de modo perfeitamente saudável. No parâmetro desta perspectiva, quanto à noção cristã e bíblica da fé, devemos crer que Deus, nosso Pai celeste, deseja atender a nossa oração.

Conclusão

Heresias  se propagam por aí todos os dias. Não nos interessam conceitos de fé que não estão em acordo com a doutrina bíblica. Portanto, precisamos cuidar constantemente do verdadeiro ensino bíblico. É sempre necessário buscar o aprendizado sobre o conteúdo da Bíblia, todos os crentes precisam aprender sobre as Escrituras, ininterruptamente. Aprendizagem requer ensino, estudo, prova de conhecimento e aprovação, é o que afirma com razão um catedrático e amigo evangélico.  

Algumas vezes, obtive respostas inacreditáveis baseando-me em Mateus 21.22 e tenho certeza que não sou o único. É claro que esta convicção está acompanhada de reverência, não faço uso da minha fé, na disposição do Pai celeste em me atender, com trivialidades. Então, em casos e coisas que estão ao meu alcance, faço uso da minha capacidade e oportunidades que estão ao meu alcance. Pois as possibilidades são da competência humana e as impossibilidades estão na esfera divina.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Jesus é superior a Josué - o meio de entrar no repouso de Deus

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O livro de Josué relata a conquista parcial de Canaã, conhecida como a Terra Prometida, sua distribuição e o estabelecimento do povo israelita nela. A narrativa do texto apresenta batalhas campais cruentas. Os cananeus não se entregariam sem esperar nada em troca. Entretempo, ao longo da leitura do livro é possível notar que Deus honrou Israel, fazendo-o vitorioso sobre os inimigos idólatras e permitindo-lhe obter a dádiva do solo prometido ao seu povo, cumprindo-se assim a promessa da Aliança de Deus com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.

A Carta aos Hebreus mostra o que a história de Josué caracteriza para a Igreja de Cristo. O capítulo 4 trata do apoderamento de Canaã sob a liderança de Josué e retratada este apoderamento como um tipo de Canaã celestial. Faz o contraste entre o repouso proposto no Livro de Josué e o repouso oferecido por Jesus.

A promessa de conquistar e permanecer na terra prometida, foi cumprida por intermédio da liderança de Josué ao povo israelita, mas unicamente numa perspectiva terrena, incompleta e finita. Enquanto o ministério de Cristo provê descanso celestial, é perpétuo e concluído.

Sumário: A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Superioridade de Jesus em relação a Moisés

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Os cristãos neotestamentários, da época do autor da Carta aos Hebreus corriam o risco de ouvir mas não atender, ver e não crer e o perigo de começar mas não chegar ao fim da jornada de fé.

I - UMA TAREFA SUPERIOR

1. Uma vocação superior.

Na Carta aos Hebreus, está manifestada com clareza a superioridade da pregação de Jesus em relação ao sermão de Moisés. A base que o escritor usa para incluir o assunto sobre a vocação superior de Jesus é o fato de Jesus ser o autor e mediador da nossa salvação (Hebreus 2.14-18).

A Antiga Aliança apresenta Moisés como "apóstolo", isto é, o mensageiro de Deus da Aliança com o povo de Israel, e o seu irmão Arão, como sumo sacerdote do povo de Deus, respectivamente. Essa antiga dispensação deu lugar a uma nova ordem, a um novo concerto em que Cristo Jesus se apresenta como executor desses dois ofícios. Agora, Ele é o Apóstolo da Nova Aliança e o Sumo Sacerdote perfeito.

O apóstolo era alguém enviado em uma missão, enquanto o sacerdote atuava como um representante dos homens diante de Deus. Jesus exerce essas funções mais do que qualquer outra pessoa do antigo pacto. 

2. Uma missão superior.

Em Atos 3.22-26, Pedro apresenta Jesus como o profeta semelhante a Moisés, lembra aos ouvintes a aliança com Abraão, muito importante para se entender a obra de Cristo, aponta para Jesus que é quem traz a bênção prometida e que cumpre a aliança com Abraão - e não apenas a Lei dada por meio de Moisés.

Então, podemos abordar o assunto sobre a supremacia de Jesus Cristo dirigindo a nossa atenção para Mateus, capítulo 16 e versículo 18: "...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". São dignos de nota o verbo "edificarei" e o pronome possessivo "minha".

3. Uma mediação superior.

Existe superioridade da vocação, da missão e da mediação de Jesus em relação a Moisés.

Na sua missão salvífica, Jesus foi concebido por Deus como o grande Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa salvação. John Wesley traduziu a palavra apóstolo como "mensageiro de Deus que pleiteia a causa de Deus conosco", e o termo sumo sacerdote como "aquele que defende nossa causa com Deus". Wesley lembra que ambos os termos estão contidos na palavra "mediador", e que o autor da Carta aos Hebreus compara Cristo, na função de Apóstolo, com Moisés, e a atividade de Sacerdote, com a atividade sacerdotal de Arão. Sendo que Cristo ao carregar os dois ofícios, os desempenha de maneira muito mais eficaz.

II - UMA AUTORIDADE SUPERIOR

1. Construtor, não apenas administrador.

O capítulo 3, versículos 1 ao 19, da Carta aos Hebreus, aborda a supremacia do Filho de Deus, demarca a proeminência de Jesus em relação a Moisés, o legislador de Israel.

Lembra que Moisés foi um mordomo fiel na Casa de Deus, habitação essa que não era o tabernáculo, mas a moradia de Deus, uma comunidade de fé ou o povo de Deus. Também, Hebreus 3.1-19, ainda recorda que Moisés era legislador desta casa enquanto fazia parte dela, era o legislador dos hebreus durante a peregrinação no deserto. Destaca que Jesus é o construtor dessa Casa de Deus, é o Salvador é o dono deste povo peregrino.

O escritor de Hebreus usa essa metáfora como uma analogia da missão de Jesus, o Filho de Deus. Assim como Moisés, Jesus também foi fiel sobre a Casa de Deus, que é a igreja. A Igreja do Deus vivo não é um prédio e nem qualquer outra estrutura arquitetônica, entretanto, efetivamente, o povo comprado com o sangue de Jesus Cristo.

A Carta aos Hebreus evidencia o Senhor Jesus como o construtor da Nova Aliança; o Filho amado de Deus; o ministro excelente da Igreja de Deus. Expõe claramente a superioridade de Cristo em relação a Moisés, tanto quanto à tarefa, como à autoridade e o discurso.

Categoricamente, afirma que é Cristo quem construiu, edificou e ergueu o povo de Deus. Em tudo foi superior a Moisés na Casa de Deus, embora Moisés fosse um líder proeminente e figura exemplar entre os judeus, ele não edificou os judeus, mas se achou parte dele.

Hebreus 3.2 é uma referência a Números 12.7, sendo que nesse contexto "casa" também significa "família" e é aplicada em relação aos povo de Deus na antiga aliança.

2. Filho, não apenas servo

O autor sabe da grande estima que Moisés possuía dentro da comunidade judaico-cristã e por isso é extremamente cuidadoso ao usar as palavras.

"E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" - Hebreus 3.5-6.

Em vez de usar o termo doulos (servo), vocábulo usado para se referir a um escravo ou serviçal, ele usa outro vocábulo, therápôn. Essa palavra só aparece aqui no Novo Testamento e é traduzida como servo ou ministro. A ideia expressa é de um serviço que é prestado de forma voluntária entre duas pessoas que se relacionam bem. Assim era Moisés com o seu Deus. Mas o autor deixa claro que esse relacionamento de Moisés com Deus não podia se equiparar ao de Deus com o seu Filho, Jesus.

3. Uma igreja, não apenas tabernáculo. 

Alguns autores entendem que a expressão "Casa de Deus" usada em relação a Moisés pode se referir ao tabernáculo como centro do culto mosaico no deserto, enquanto outros veem como uma referência à antiga congregação do povo de Deus do êxodo. Em todo caso, a ideia gira em torno do povo de Deus que adora na Antiga Aliança. Moisés foi um ministro de Deus no culto da congregação do deserto. Mas Jesus, como Filho é o ministro da Igreja, o povo de Deus na Nova Aliança, "a qual casa somos nó" (Hebreus 3.6).

3-1. O perigo de começar, mas não terminar.

Os israelitas deixaram de opor-se ao pecado e de manter-se fiéis a Deus, por isso foram proibidos por Deus de entrar na Terra Santa. No texto de Hebreus 3.16-19, a crise de Israel em iniciar e não concluir a jornada rumo à Canaã, é descrita como provocação ou rebelião (versículo 16), pecado (17), desobediência (18) e incredulidade (19). Não foi um decreto de Deus que impediu os hebreus de entrarem na Terra Prometida; não foi porque lhes faltavam a força para fazê-lo; não foi porque faltou-lhes o conselho divino instruindo-os como deveriam fazer. Tudo isso eles tinham em abundância; pelo que escolheram pecar e desprezar ao Senhor.

A Terra Prometida ao judeus é uma figura para falar sobre a salvação por meio de Cristo (Hebreus 4.1). O descanso é uma metáfora às bênçãos eternas que Deus prometeu (Hebreus 9.15). Ambos os termos são o mesmo que o Reino do Céu (Mateus 4.17) ou a vida eterna (João 3.16).  Portanto, conclui o autor, façamos tudo para receber tamanha dádiva. E, o Espirito nos avisa que Deus não prosseguirá insistindo conosco indefinidamente se endurecermos os nossos corações em teimosia.

Os crentes de hoje são aconselhados e lembrados que são participantes da vocação celestial (1 Pedro 1.10). Somos chamados a permanecer em Cristo e, enquanto permanecermos nEle, estaremos seguros. Somos exortados a ser fiéis a esse chamado, tendo sempre em mente que a necessidade de vigilância precisa estar sempre presente para evitar o decair da fé. Os crentes precisam admitir que eles, do mesmo modo que os contemporâneos de Moisés, arriscam-se a ficar fora do repouso divino, se forem desobedientes e permitirem que seus corações sejam insensíveis.

Embora Deus tenha prometido a possibilidade de entrarem em seu descanso, alguns arriscam-se a não experimentar a graça salvadora por causa da provocação ou rebelião, do pecado, desobediência e incredulidade. A descrença produz desobediência, a incredulidade por sua vez leva à cegueira mental e dureza de coração. Foi exatamente por este motivo que o juízo e a ira de Deus veio sobre os judeus que se rebelaram no deserto, nenhum rebelde escapou das consequências de suas escolhas ruins.

III- UM DISCURSO SUPERIOR

1. O perigo de ouvir, mas não atender.

Moisés havia declarado: "O SENHOR, seu Deus, fará com que do meio de vocês, do meio dos seus irmãos, se levante um profeta semelhante a mim; a ele vocês devem ouvir" (Deuteronômio 18.15).

Seria normal afirmar que em Josué aconteceu o cumprimento dessa profecia. Josué, o continuador do ministério de Moisés, de fato surgiu depois deste e tornou-se um notável libertador de sua época. Surgiu, porém, outro Josué (na língua hebraica, os nomes Josué e Jesus são idênticos). Os cristãos primitivos reconheciam Jesus como o derradeiro cumprimento da profecia de Moisés.

Ao confessarmos a Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo tem primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele e somente Ele é a razão do nosso viver. Portanto, devemos ouvir e atender aos seguintes chamados:
• Jesus nos chama a buscar a perfeição que há em Deus (Mateus 5.48)
• Paulo solicita que cheguemos ao conhecimento pleno de Cristo (Filipenses 3.7-10);
• Devemos atender ao chamado à unidade da fé (Efésios 4.1-5);
• Paulo nos chama ao esforço para alcançar à medida da estatura de Cristo (Efésios 4.13).
2 . O perigo de ver, mas não crer.

"Ele é o nosso Deus, e nós somos povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como em Meribá, como naquele dia em Massá, no deserto, quando os pais de vocês me tentaram, pondo-me à prova, apesar de terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos, estive irritado com essa geração e disse: 'Este é um povo que gosta de se desviar; eles não conhecem os meus caminhos.' Por isso, jurei na minha ira: 'Eles não entrarão no meu descanso' "- Salmos 95.7-11.

A Carta aos Hebreus (4.15) reflete sobre a probabilidade de manter-se firme na fé ou de abandoná-la como uma alternativa existente. O escritor menciona Salmos 95.7-11 para admoestar aos crentes sob o novo concerto. Pega como ilustração a segunda escolha referindo-se à destruição dos hebreus rebeldes no deserto após sua gloriosa libertação do Egito.

A doutrina de Cristo nos instrui a sermos vigilantes, pois existe o risco de ouvir o conselho, mas não obedecer à advertência; a inconveniência de contemplar, porém não acreditar que a revelação seja verdadeira.

Os cristãos precisam tomar este episódio como exemplo.  Se procedermos com letargia aos alertas do Espírito Santo, nossos corações se tornarão cada vez mais inflexíveis e rebeldes a ponto de se tornarem insensíveis à Palavra de Deus. O Espírito comunica-se com cada um de nós com súplicas, fala-nos sobre as consequências da prática do pecado. Atentemos ao apelo contido nas Escrituras Sagradas (João 16.8-11; Romanos 8.11-14; Gálatas 5.16-25).

Diferente do comportamento dos judeus no deserto, que não atentaram para as palavras de Moisés, nós, seguidores de Cristo, tenhamos a devida atenção ao mandamento do Filho, o edificador do povo de Deus, e não nos deixemos induzir pelo engano do pecado. Que para nós a verdade e o levar a vida em integridade sejam prioridades, e que busquemos andar nos caminhos de Deus e jamais procuremos os prazeres nas maneiras que o mundo age.

2-1. A humilhação do servo.

Jesus Cristo cumpriu plenamente a profecia do Servo Sofredor (Isaías 53). Antes de vir ao mundo, Cristo desfrutava de completa igualdade com o Pai (João 17.24). Todavia, com o propósito de tirar o pecado do mundo, abriu mão voluntariamente dos privilégios e da glória de sua autoridade celestial, desfez-se de seu esplendor, da sua posição majestosa para identificar-se com a humanidade pecadora. Ele abriu mão de tudo o que era seu, era rico e por amor a humanidade se fez ser humano e tornou-se pobre (2 Coríntios 8.9; Filipenses 2.7-8). Sua humilhação estava associada aos seus sofrimentos, como o fato de sua humilde origem como carpinteiro em Nazaré, cidade sem importância, que ficava 26 quilômetros a oeste do sul do lago da Galileia (João 1.46). Foi ultrajado, pelas circunstâncias de ser perseguido, importunado e menosprezado pelos poderes políticos e religiosos; emudecido perante os seus recriminadores; espancado impiedosamente e sentenciado como blasfemador de Deus e revolucionário, injustamente. E por fim, crucificado e morto entre dois criminosos.

Muitos leitores da Bíblia Sagrada enxergam em Filipenses 2.6-11 um hino de louvor cantado pelos cristãos da Igreja Primitiva. Sendo um cântico de louvor ou não, o fato é que esses versículos descrevem o Messias antes de sua vinda a este mundo, sobre a sua humildade e obediência a Deus como Aquele que viria e com toda determinação levaria o pecado do mundo (Mateus 8.17;1 Pedro 2.24).

3. O perigo de começar, mas não terminar

Estes sempre erram em seu coração e não conhecem os meus caminhos" (Hebreus Hebreus 3.10 b). Com estas palavras o autor mostra o perigo de começar, mas não chegar. De andar, mas se desviar. Alguns do antigo povo de Deus haviam começado bem, mas terminaram mal. Muitos caíram pelo caminho, desistiram da estrada. O mesmo risco estava ocorrendo com os cristãos neotestamentários, eles haviam começado bem, mas estavam correndo o risco de caírem e perderem a fé. O alerta é para nós também

3-1. O exemplo a ser seguido.

Na época em que esteve na Terra como gente de carne e ossos, Jesus nos deu a perfeita vivência a ser imitada. Ele realizou completamente o desejo do Pai celeste, agiu com toda coragem e serenidade. Amou o próximo com um amor inigualável (João 4.34; Lucas 4.18, 19). Por consequência lógica, a partir do exemplo do Salvador como base, somos incentivados a colocar em primeiro lugar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as extensões de nossa vida, não deixando que nada ocupe o lugar em nosso coração. Desse modo, somos chamados por Cristo a amar o próximo na mesma intensidade do próprio amor que o Pai nos ama (Marcos 12.30-31).

Por atos e palavras, Jesus mostrou que o amor a Deus e aos outros são igualmente importantes e não podem ser separados (Romanos 13.8-10; Gálatas 5.14; Tiago 2.8; 1 João 4.20-21). 

CONCLUSÃO

Hebreus 3.6 (cujo paralelo é 1 Timóteo 3.15) nos fala sobre a necessidade de tão somente conservarmos firmes a esperança e a confiança. O autor vê a vida cristã dentro de um contexto escatológico, não imediatista, ao falar de confiança e esperança. E por este ângulo chama a nossa atenção para não desanimarmos na fé. Quem faz parte da Igreja de Deus precisa demonstrar confiança a fim de poder ter esperança até o fim.

E.A.G.

Compilações:
A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, José Gonçalves, edição 2017, páginas 40, Bangu, Rio de Janeiro / RJ (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 19, nº 73, página 37, janeiro a março de 2018, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas / Professor. A Supremacia de Cristo; José Gonçalves; 1º trimestre de 2018; páginas 19 a 25 ; Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Uma salvação grandiosa

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O encorajamento do escritor da Carta aos Hebreus, no capítulo 2, versículos 1 ao 18, refere-se à grandiosidade da salvação proporcionada por Jesus, que é resultante da graça divina. A única maneira de cada um de nós nos manter no rumo certo é viver em Cristo, reconhecer que Ele pagou um alto preço para nos livrar da condenação eterna, quando voluntariamente passou pelo sacrifício vicário da cruz.

I - UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA

1. Testemunhada pelo Senhor.

Hebreus, 2.1-4, relaciona uma mensagem estimulante com um aconselhamento enfático. com a finalidade de deslocar seus leitores a uma nova confiança, a uma esperança e fé resoluta em Cristo. Tal explanação bíblica do autor é originária de sua cuidado amoroso por seus leitores em face a situação perigosa que atravessavam.

Para redimir a humanidade pecadora, Cristo assumiu a forma humana a fim de se identificar conosco e nos oferecer a salvação. Ele morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou coroado de glória e honra.

A Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança tem Jesus, o Filho de Deus, como Mediador, pois foi Cristo, e não os anjos, quem nos ergueu a uma condição elevada, a de filhos e filhas de Deus e manifestou essa tão grande salvação:
• Nenhum dos anjos tinha capacidade de trazer a nova relação entre irmãos (Hebreus 2.2-13).
• Nenhum dos anjos foi capaz de livrar o homem do medo da morte (Hebreus 2.14-16);
• Nenhum dos anjos tinha competência para realizar a obra da remissão pelos pecados (Hebreus 2.17-18).
Por serem mediadores da Lei, os anjos originavam enorme  apreciação e respeito dos judeus por eles. Se uma Aliança estabelecida na Lei, mediada por anjos, inferior e provisória, exigia obediência por parte dos crentes, quanto mais a Nova Aliança que é perfeita e perpétua.

Sobre a supremacia de Cristo, não há nada melhor e maior que Jesus, seu sacrifício foi único, perfeito e estabeleceu uma Nova Aliança entre Deus e os homens.
• Hebreus 1.2: revelada por meio da sua filiação. Sendo Jesus o Filho de Deus, possui natureza divina e eterna.
• Filipenses 2.6-9: a superioridade de Cristo veio por adoção; o nome de Jesus está acima de todos os nomes.
• Colossenses 2.15: através do triunfo na cruz do calvário Jesus foi glorificado ao destronar em definitivo as hostes do mal.
2. Proclamada pelos que a ouviram.

Em Hebreus 2,3 está claro que o autor não presenciou os atos de Jesus Cristo, porém recebeu a informação através "dos que a ouviram". O termo grego "bebaioô" (confirmada) passa a nós o sentido de segurança e confiança. Assim, entendemos que o que o Senhor anunciou e que depois foi apregoado por testemunhas oculares, serve de fundamento à fé cristã.

3. Confirmada pelo Espírito Santo.

A Igreja Primitiva, composta de crentes tanto da primeira como da segunda geração, estava habituada com a operação dos dons do Espírito Santo. Para o autor da Carta aos Hebreus, a salvação não aconteceu somente no âmbito teórico e abstrato. mas também no plano concreto e prático, por meio da difusão dos dons do Espírito.

A doutrina, que primeiramente foi divulgada pelo Senhor e testemunhada pelos que a ouviram, foi operacionalizada pelo Espírito Santo, através dos discípulos. A distribuição de dons que o Espírito faz executa cada milagre e sinal realizados na história do povo de Deus, tanto na geração da Igreja Primitiva quanto entre os cristãos que vivem nos dias atuais.

Uma das coisas que todo cristão pode fazer, depois da decisão de seguir a Cristo, é descobrir sua vocação cristã e os dons que o Espírito lhe  deu. Não deixe de ser ativo como membro da Igreja do Senhor.

II - UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA

1. Por intermédio da humanização do Redentor.

Cristo realmente se tornou humano. 2 Pedro 1.4 enfatiza isso com toda a clareza possível, afirma que o Filho de Deus não permaneceu na glória eterna, mas de maneira inexplicável ajuntou-se complemente com a nossa natureza humana. Como o ser humano perfeito, Jesus se tornou o verdadeiro representante da humanidade e o cumprimento absoluto do Salmo 8. Identificou-se plenamente com a condição dos homens, incluindo o sofrimento, com a finalidade de abrir o caminho para a salvação e agir de maneira eficaz como o Sumo Sacerdote de seu povo na presença de Deus (Hebreus 4.15-16; 5.6).

O Evangelho de Cristo tem como foco central transformar a natureza do ser humano. No idioma grego, o termo "salvação" é "sõteria". Denota "libertação, preservação, salvação". Não alcança apenas a esfera espiritual futura, é capaz de produzir satisfação pessoal ao cristão, na esfera física, no aqui e no agora. O significado tem a ver com o resgate do espírito, da alma e do corpo. Envolve a libertação do pecado, libertação das doenças e da miserabilidade. Tem a ver com o bem-estar na vida no porvir e no viver o presente momento. É usado no Novo Testamento para se referir ao livramento material, temporal de perigo e apreensão e também ao ao livramento espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam a condições estabelecidas por Deus referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus. Ver: Lucas 1.69, 71; Atos 4.12;  7.25; 27.34; Romanos 1.16; e Efésios 1.13.

2. Por meio do sofrimento do Redentor.

Os sofrimentos do Redentor o qualificaram para ser o Autor da salvação do ser humano. Sofrer pelos pecadores era detalhe necessário de sua missão redentora (Hebreus 2.7, 10).

No capítulo 1 da Carta aos Hebreus, o escritor mostra ênfase à questão da divindade da natureza do Filho; porém, coloca enfoque em sua humanidade e na humilhação. O Filho, que já foi apresentado como superior aos anjos, teve de ser feito "um pouco menor do que os anjos".

Cristo é superior aos anjos e a todas as coisas, a salvação que Ele dá é o maior bem que o ser humano pode receber, por este motivo não desprezemos tal favor. Os anjos, têm a missão de servir aos homens, que hão de herdar a salvação, como espíritos ministradores; Jesus Cristo é o Príncipe da salvação da humanidade, é o Salvador de todos que se chegam a Deus através dEle (Hebreus 1.4; 2.10; 7.25).

3. Por intermédio da glorificação do Redentor.

Convinha que Cristo fosse humilhado, sofresse e morresse, apesar de jamais ter pecado (Hebreus 4.15). Assim Ele completou a missão redentora que Deus tinha dado para Ele de ser o Salvador de todos (Hebreus 2.17-18; 5.8-9; 7.28). Por meio de seu padecimento e exaltação Deus, legitimamente, concluiu nEle a salvação da humanidade, pois a  missão redentora envolvia tanto sua humilhação como sua glorificação (Hebreus 2.7, 9-10).

Jesus possibilitou o domínio futuro do homem sobre a terra ao se tornar, Ele mesmo, encarnado e ao sofrer e morrer por todas as pessoas e ser coroado de glória e honra (Mateus 20.28; Marcos 10.45; Efésios 1.7; Filipenses 2.6-11; 1 Timóteo 2.6; Tito 2.14).

III - UMA SALVAÇÃO EFICAZ

1. Vitória sobre o Diabo.

Somente por meio da morte de Jesus Cristo na cruz, o Diabo foi derrotado. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo" - Hebreus 2.14.

O autor da Carta aos Hebreus usa o verbo "catargeo" para se referir à derrota do arqui-inimigo de Cristo e dos seres humanos. Este vocábulo significa "tornar inoperante" e "destronar". Portanto, na cruz Jesus Cristo desapropriou os principados e as potestades e nos garantiu a vitória (Colossenses 2.15).

2. Vitória sobre a morte.

Para que a salvação fosse efetivada, o Salvador precisava sofrer e morrer pela humanidade. A Carta aos Hebreus dá destaque à morte de Jesus, que livra os seres humanos da condenação eterna (Hebreus 2.9-10; 9.12, 14-15 e 26-28; 10.9-10, 19-20), sendo que a ressurreição é mencionada apenas uma vez (13.20-21).

O escritor ensina que Cristo é o nosso Sumo Sacerdote (2.17), que ofereceu a Deus o sacrifício que garante o perdão dos nossos pecados. O sacrifício dEle é a sua morte, com a qual Ele conquistou a nossa vida eterna (9.26; 10.25, 37).

3. Vitória sobre a tentação.

Bondoso e fiel no seu serviço a Deus, Cristo se fez propiciação pelo pecados de todos. A propiciação refere-se à satisfação da ira de Deus por meio da morte na cruz, diz respeito ao sacrifício para cumprir a justiça divina e obter  a reconciliação entre Deus e os homens  (Romanos 3.25; 1 João 2.2).

 Hebreus 2.17 revela que convinha que Cristo sofresse, para que se tornasse semelhante aos irmãos e ser o Sumo Sacerdote fiel e misericordioso e realizasse a expiação dos pecados. A expiação enfatiza a remoção de pecados pelo sacrifício que satisfez a justiça de Deus.

Como Sumo Sacerdote, Jesus se fez um igual aos seres humanos nos seus limites. Soube o que é ser tentado e por essa razão está em prontidão para nos socorrer. O pecado interrompe o relacionamento normal com Deus; a expiação remove o pecado e restaura o relacionamento.

Sobre provas e tentações, reflitamos mais:
• 1 Coríntios 10.13: "Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar".
• Tiago 1.12: "Bem-aventurado é aquele que suporta com perseverança a provação. Porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam".
CONCLUSÃO

Diferente do que declara a doutrina calvinista, todos devem perceber que a salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente, por isso, é necessário ser vigilante e não desprezar a graça recebida.

Equivocadamente, alguns cristãos se deixam seduzir pelo judaísmo, legalismo, sem se darem conta que o autor da Epístola aos Hebreus ao escrevê-la teve como proposta mostrar que Jesus é superior aos anjos, aos profetas e ao sistema levítico de sacrifícios. Ou seja, afirmou que Cristo é superior a todas as coisas e mediante o seu sacrifício na cruz nos concedeu uma salvação gloriosa.

Não nos esqueçamos: a grandiosa salvação pela fé em Cristo é eficaz.

E.A.G.

Compilações:
A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, José Gonçalves, edição 2017, páginas 30, 32, Bangu, Rio de Janeiro / RJ (CPAD). 
Ensinador Cristão, ano 19, nº 73, páginas 31 e 36, janeiro a março de 2018, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A Carta aos Hebreus é a única no Novo Testamento cujo autor e o receptor não são revelados. E uma vez que não menciona a destruição de Jerusalém, que teve lugar em 70 d.C., provavelmente foi escrita entre 64 e 68 d.C.

I - AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO

1. Autoria

A Carta aos Hebreus não revela o nome de seu autor. Ainda hoje é objeto de debates polêmicos entre os historiadores e teólogos que discutem o seu conteúdo e principalmente quem a escreveu. A autoria da epístola não é tão clara como a de outros livros do Novo Testamento, e isto tem sido motivo de controvérsia desde os primeiros tempos. As igrejas do oriente e do ocidente debateram sobre quem era o autor do livro, há vários motivos para se pensar em nomes como Paulo e Barnabé, Lucas, Apolo ou Clemente.

► Sumário: A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus


Lições Bíblicas

Lições do 1º trimestre de 2018 - Comentarista: José Gonçalves.

Sumário

Tema: A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus.

Lição 1

Lição 2

Lição 3

Lição 4

Lição 5
Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica

Lição 6
Perseverança e fé em tempos de apostasia

Lição 7
Jesus - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior

Lição 8
Uma aliança superior

Lição 9
Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança

Lição 10
Dádiva, privilégios e responsabilidades na Nova Aliança

Lição 11
Os Gigantes da Fé e o seu legado para a Igreja

Lição 12
Exortações finais na Grande Maratona da Fé

José Gonçalves, comentarista das doze lições apresentadas ao 1º trimestre de 2018, é comentarista das Lições Bíblicas Adultos da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Também é escritor, conferencista, membro da Comissão de Apologética da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e líder da Assembleia de Deus em Água Branca - PI. Estudou Filosofia e Ética na Universidade Federal do Piaui (UFPI).

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Hebreus 9.27: aos homens está ordenado morrer uma vez e após isso deparar-se com o juízo

DIA DE FINADOS. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
De certo ponto de vista, a morte é a mais natural das coisas, mas também é considerada a mais antinatural de todas.

Pelo lado natural, a morte é uma grande passagem, faz parte do processo biológico, inevitável para corpos constituídos como os nossos, portanto, todos precisam se preparar para que seja bem realizada.

O pecado leva à morte

A Bíblia fala sobre a morte como resultado do pecado. O homem desobedeceu a Deus comendo da árvore da qual Deus lhe havia ordenado: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2,17).

E neste mesmo dia Adão foi julgado pelo reto juízo de Deus. Desde então a sentença que ele havia recebido aviso caiu sobre ele. No momento em que provou do fruto, morreu. Sua alma morreu, foi separada de Deus, separação essa que lhe tirou a vida espiritual, a comunhão com o Criador. Ao mesmo tempo seu corpo tornou-se corruptível e mortal, de sorte que a morte também se apossou dele. Estando já morto no espírito, morto para Deus, morto no pecado, o homem precipitou-se e precipitou sua descendência na morte eterna, na destruição do corpo e da alma, ao lago de fogo que nunca se apaga.

O castigo

A alma de quem morre em desobediência é levada a Deus, o seu juiz, para ser designada ao seu estado de castigada eternamente. Está determinado que todo o ser humano passará pelo julgamento após morrer, não há modo de escapar do juízo divino.

O apóstolo Paulo nos ensina que "por um homem entrou o pecado ao mundo, e pelo pecado a morte", e, "o salário do pecado é a morte" (Romanos 5.12; 6.23). Todavia, quando examinamos a questão mais detidamente, constatamos que Adão não morreu fisicamente no momento em que desobedeceu a Deus comendo o fruto. E no quinto e sexto capítulo de sua carta aos romanos, o apóstolo contrasta a morte que ocorreu por meio do pecado de Adão com a vida que Cristo trouxe  aos homens. A inferência que de tudo isso podemos tirar é que os ímpios morrem duas vezes, a morte que é o resultado do pecado é mais do que a decadência e a dissolução final do corpo.

Entretanto justamente com isso precisamos considerar a outra linha de pensamento, de textos bíblicos que ligam o pecado com a morte. Tais textos não qualificam essa morte. Não compreenderíamos só por esses versículos que algo diferente do significado usual tenha sido ligado à palavra. Talvez devamos entender que a mortalidade foi o resultado do pecado de Adão, e que sua penalidade inclui tanto o aspecto físico como o espiritual. Porém, não sabemos bastante acerca da condição de Adão, antes da queda, para afirmar qualquer coisa a respeito de sua morte ou imortalidade física. Se o seu corpo era semelhante ao nosso, mortal, a sentença do Criador referiu-se apenas ao seu aspecto espiritual e morreria fisicamente mesmo que não houvesse a desobediência. Se não o era, passou a ser mortal na condição física após cometer o pecado. A verdade é que ão temos meios de saber qual era a sua condição.

Duas interpretações equivocadas

Hebreus 9.27 deixa clara a incoerência da doutrina da reencarnação. Ela não passa de uma aspiração dos pecadores cuja consciência está pesada. Além do Espiritismo, várias religiões importantes do mundo pregam a crença de que, se seus adeptos não agirem corretamente nesta vida, terão muitas oportunidades de  de acertar em vidas futuras. Isso leva as pessoas a desprezar a fé em Jesus e sua obra redentora na cruz por elas. Uma das maiores mentiras de Satanás é justamente convencer as pessoas não precisam confiar em Jesus.

Alguns céticos afirmam que Hebreus 9.27 ensina que todas as pessoas devem morrer e por isso conflita com 1 Tessalonicenses 4.16-17, que se referem a santos vivos sendo levados diretamente para o céu, e Hebreus 11.5, que fala que Enoque não viu a morte. Mas Hebreus 9.27 não diz que todos, sem exceção, passaram ou passarão pela morte. Realmente, a morte é a maneira comum pela qual se passa desta vida para a existência futura. Todavia, se o Senhor desejar levar pessoas desta vida terrena diretamente para o céu, certamente é sua prerrogativa fazer isso, , pois Ele "está nos céus e faz tudo o que lhe apraz" (Salmo 115.3).

Conclusão

Aos que desconhecem as promessas de Deus aos seus servos, o fato de encontrar a morte é algo terrível, porque além de desfazer o laço vital, tendo todas as relações aqui cortadas, também significa entrar em outro mundo, que para eles é um mistério.

Deus determinou que Jesus viesse ao mundo, e Ele veio e se ofereceu para suportar o pecado de muitos, de todos os que crerem em seu nome. Cristo veio em forma de corpo pecador, mas a sua segunda vinda será sem nenhum encargo sobre Ele, tendo realizado isso antes em sua expiação na cruz.

A possessão da vida eterna não cancela a morte física. Morrer representa uma condição de conforto aos que receberam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, mas é uma questão de terror aos ímpios que deixam esta vida na prática de seus pecados, pois não podem retornar para consertar suas atitudes erradas. Por erro, entenda-se desobedecer o mandamento de amar a Deus acima de todas as pessoas e coisas e ao próximo como a si mesmo.

Em 1 Corintios 15.45, lemos: "O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante." Aqui claramente se contrasta Adão e Cristo, e até o próprio nome de Adão é dado a Cristo. Neste capítulo, o apóstolo estava contrastando a morte e seus males que vieram através de Adão com a vida e suas respectivas bênção que vieram através de Cristo. Harmonizando-se com isso, lemos no versículo 22: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo".  Enfim, Cristo é o representante pelo qual se comunica a bênção da vida, enquanto que Adão comunicou a morte à sua posteridade.

E.A.G.

Compilações em:
Bíblia Apologética de Estudo, páginas 1242, edição 2000, Jundiaí - SP (ICP - Instituto Cristão de Pesquisa).
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, página 1951, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia Evangelismo em Ação, Ray Comfort (organização), página 1262, edição 2005, São Paulo-SP (Editora Vida).
Bíblia de Estudo Matthew Henry, página 2029, edição 2015, Rio de Janeiro (Editora Central Gospel).
Manual Prático de Teologia, páginas 220, 221,, 2ª reimpressão maio de 2008, Rio de Janeiro (Editora Central Gospel).
O Novo Dicionário da Bíblia, páginas 1072, 1073, 4ª edição 1981, São Paulo (Edições Vida Nova).

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A morte e a vida além-túmulo

Hoje, no espaço de conversa reservada do meu perfil no Facebook, um  garoto enviou para mim um arquivo no formato gif com a imagem de uma caveira. O crânio e os ossos dos braços e antebraços se movimentavam, como se ainda houvesse vida no esqueleto.

Perguntei a ele se conhecia Hebreus 9.27. Acho que não conhecia ou não se lembrava.

Está escrito: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo..." O que isso quer dizer? Todas as almas que se mantiveram alienadas à vontade divina no plano físico, mesmo aqueles bons cidadãos que não encontramos nada que os desabone, um dia terão que prestar contas ao Senhor. Ninguém escapará de um julgamento justo e de pagar por seus erros aqui neste mundo. Sim, mesmo quem se comporte como pessoa exemplar precisa se alinhar aos propósitos específicos de Deus para sua vida terrena.

skull gif photo: skull skull-1.gifQue bom, a declaração bíblica continua no versículo seguinte, assim: "...Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação." Explicando: aquele que deixa este mundo com Cristo no coração, reconhecendo-se como pecador e reconhecendo que Cristo é a solução para a felicidade no porvir, um dia terá sua estrutura física deteriorada, mas seu espírito encontrará do outro lado da existência humana a vida eterna, irá morar com Deus no céu.

Parece sem sentido para você precisar ajustar-se à vontade de Deus para ser feliz após morrer? É o certo fazer isso. Olhe para o chão que você pisa, depois para o céu... Pare e encha seus pulmões de ar o máximo de puder e depois solte o oxigênio de olhos fechados, devagar, contando do zero ao dez... Belisque-se. Tudo isso que você fez, viu, sentiu, raciocinou, só é possível que faça porque o Criador projetou tudo antes. Nada e ninguém é obra do acaso! Você e eu, todas as pessoas, existimos e não viemos a existir por acidente do destino. Então, para corresponder à boa vontade divina em nosso favor, o mínimo a ser feito  é aproveitar tudo que está criado - interagir usando o bom sendo e respeito ao próximo - e ser grato. Gratidão manifestada seguindo a vontade divina.

Leia a Bíblia Sagrada, principalmente o Novo Testamento para entender o que Deus espera de você, nas páginas das Escrituras Sagradas há um recado para você.

E.A.G.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

HEBREUS 13.4 - O SEXO NA BÍBLIA SAGRADA


Sexo é um assunto tabú no meio cristão, infelizmente.


Nos meus 29 anos de caminhada cristã, apenas duas vezes tive a oportunidade de participar de Encontro de Casais, reunião promovida pelo pastor da minha congregação aos membros.
Salvo as raras e valiosas excesões, os líderes evangélicos precisam se conscientizar mais, se preparar mais... Queiram ou não, eles são formadores de opinião. Então, não podem ficar calados, precisam emitir a Opinião do Céu sobre sexo.

Para ser claro, um pouco de redundância: o corpo é a parte física; a alma é a mente e as emoções; o espírito é a força motríz do viver, o sopro da Criação.
Devemos amar a Deus em corpo, alma e espírito. São adoradores assim que o Senhor procura. Como os crentes terão condições de ser adoradores santos, na parte física, se não lhes é ministrado a Palavra que lhes edifique?
No que tange ao corpo, existe conteúdo bíblico sobre sexo na Bíblia. Por que os pregadores pulam essas partes?
A Palavra de Deus é viva e eficaz, portanto, os pregadores devem usá-la na amplitude que é. O líder espiritual eficiente é o que ministra a Palavra e atinge a tricotomia do ser humano: o corpo, a alma e o espírito.
O sexo é santo, foi Deus quem o criou. A sujeira está no coração do pecador. Dentro do casamento é bênção. Em Provérbios, 18.22, está escrito que o homem que encontra uma esposa alcançou a bênção do Senhor. Da mesma maneira podemos dizer das mulheres, as que têm seu marido foram abençoadas por Deus.

"Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula" - Hebreus 13.4.

Nos originais em grego, a palavra traduzida por leito é sexo. Que os líderes evangélicos vençam os seus tabús e consigam usar Palavra a fim de criar maior honra no matrimônio, no sexo entre cônjuges.

Talvez, a instituição casamento esteja tão fragilizada nos dias atuais porque existam poucos pregadores dispostos a ministrar sobre o assunto, com a honra que esta pauta precisa.

As três excesões que valem nota:

• Pastor Josué Gonçalves
Conheça o site oficial e o ministério: Família Debaixo da Graça

• Pastor Jaime Kemp
Conheça o trabalho e o web site dele: Ministério Lar Cristão

• Uma equipe de internautas
Farto material para combater o pecado sexual em todas as suas modalidades. Navegue no site Sexxchurch

E.A.G.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Hebreus 9.27 - O elixir da longa vida não existe

"No fim das contas, o mesmo que acontece com as pessoas acontece também com os animais... os dois têm de respirar para viver... tanto um como o outro irão para o mesmo lugar, isto é, o pó da terra. Tanto um como o outro vieram de lá e voltarão para lá" - Eclesiastes 3.19-20 (NVI).

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" - Hebreus 9.27 (ARC).

Os indianos investigaram a hipótese da imortalidade estar associada ao ouro. Entre os persas, árabes e gregos, existe uma panaceia sobre o Elixir da Longa Vida, ou Elixir da Imortalidade. Alquimistas europeus acreditaram que poderiam criar a pedra filosofal; na China. Eles usaram arsênico, enxofre, e mercúrio, para encontrar meios de se tornarem imortais.

Uma lenda urbana conta que Isaac Newton criou uma fórmula que o faria escapar da morte. Mas, ao beber a poção, ao invés de se transformar em imortal encontrou a morte súbita.

O sonho de não morrer, com certeza, deriva-se do medo da morte, ou de encontrar-se com a eternidade desconhecida. Crendo ou não no Deus Jeová, a alma humana reconhece que terá que acertar as suas contas com o Criador.

Este mês ainda não terminou, mas três cidadãos norte-americanos envolvidos com a fama mundial se foram. Primeiro, o ator David Carradine, e ontem Michael Jackson e Farrah Fawcett. Mas, milhões de anônimos de todos os países do planeta passam para o outro lado. E todos terão que prestar contas com Deus.

É importante ter Jesus no coração. Ele é a porta que leva até Deus e faz com que passemos a eternidade em paz.

E.A.G.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

O sentido etimológico do termo fé

Assembleia de Deus ministério Belém.
Rua Conselheiro Cotegipe, 273. São Paulo - SP.

Em Hebreus 11.1 temos a melhor descrição do que seja a fé.

O termo fé, no grego-koiné, é "pistis". E pistis denota o sentido de um documento de posse (como uma escritura de imóvel devidamente registrada em cartório.

Ou seja, a sua fé é igual o documento que comprova que você é a pessoa certa, a única dona daquilo que crê, que a Bíblia Sagrada promete que é seu.

Experimente trocar o termo fé por escritura nas suas leituras bíblicas, orações e vida devocional com Deus.

Quem tem uma escritura de imóvel, não tem dúvidas que é o dono daquilo que está lavrado e muito bem documentado em seu nome.