Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 20 de setembro de 2014

Os pecados de omissão e de opressão

Por Eliseu Antonio Gomes

Deus fez o ser humano em triplicidade: o corpo, a alma e o espírito. Na condição de Criador e Deus, ama o homem como ele é e tem como objetivo o seu bem-estar de maneira plena. Assim , clama ao arrependimento de pecados. As Escrituras abrangem todos os aspectos do cristão com o objetivo de que viva praticando o bem a si mesmo e ao próximo. Em Tiago 4.17 e 5.1-6, encontramos exortações sobre relacionamentos no campo profissional.

Ter bens materiais adquiridos honestamente não é pecado

O Senhor espera que seus servos usem os recursos materiais para ajudar os necessitados. A prosperidade que Ele permite ao cristão experimentar, não é dada para uso de deleites e prazeres egoístas.

Possuir riqueza não é sinal de fé e nem de aprovação de Deus

A Bíblia adverte aos cristãos a não colocarem o coração nas riquezas materiais e aos ricos para que não depositem sua confiança nelas (Salmo 49.6, 7).

Quando alguém tem seu o coração na riqueza, ele corre o risco de ser induzido à inveja e a praticar ações incorretas para possuí-la. E se o rico passa a acreditar que suas posses materiais são recursos suficientes para responder a tudo que ele necessitar, comete idolatria, pois age considerando o dinheiro o seu deus.

Exortação apostólica aos patrões opressores

Tiago condena a exploração econômica e toda a manobra fraudulenta que os ricos deste mundo, crentes ou descrentes, usam para manterem-se no topo da pirâmide financeira. Na geração do apóstolo, existiam poucas pessoas da classe alta que se mostravam abertas ao Evangelho. Devido a perseguição contra a igreja, muitos crentes perderam seu meio de subsistência e passavam apuros financeiros. Enquanto isso, pessoas ricas faziam mau uso de suas posses, viviam de maneira extravagante, extasiados em seus deleites pareciam cegos e surdos aos clamores dos irmãos que precisavam do auxílio. Diante desta situação, ele exorta os ricos, pois eram capazes de ajudar mas se recusavam a realizar esta prestação, e além disso exploravam os crentes pobres (2.5, 6).

Conclusão

Deus se posiciona em relação às injustiças sociais, abomina aqueles que adquirem riquezas às custas da exploração de desvalidos e necessitados, não aceita nenhuma espécie de opressão e injustiça na relação entre ricos e pobres, funcionário e patrão.

O Senhor está ao lado de trabalhador humilde e honesto, ao lado de explorados e oprimidos. É importante estar consciente que para Deus os cristãos são irmãos, independente das posições socioeconômicas, empregador ou empregado. O crente é ensinado pela Palavra de Deus a fazer o bem, seja pagando salário ou trabalhando para recebê-lo.

Os bens são ferramentas para tornar viável a expansão da mensagem do Evangelho e para socorrer os irmãos que precisam de ajuda. Através da oferta voltada ao evangelismo e missões, as almas famintas são alimentadas; por meio da ação social, o corpo humano, que é templo do Espírito Santo, recebe oportunidade para continuar a louvar e servir para Deus.

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 15, nº 59, página 42, julho-setembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Elinaldo Renovato de Lima; 1º trimestre de 1999, páginas 73-79, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, Eliezer de Lira e Silva; 3º trimestre de 2014, páginas 82-90, Rio de Janeiro (CPAD).

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Reflexão sobre Colossenses 3.16 ao 25



"Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai." - Colossenses 3.16 - 17 (NTLH).

O terceiro capítulo da carta de Paulo aos crentes de Colosso, e consequentemente também para todos os cristãos de todos os lugares ao redor do mundo e de todas as gerações, contém ensino precioso sobre as causas do sofrimento humano. 

A orientação da prática da mensagem de Cristo na vida das pessoas abrange todos os setores da vida. Toda orientação bíblica deve ser considerada como regra de procedimento indispensável. Vejamos três aspectos:

No casamento, para homens e mulheres, o ensino é: 

"Esposa, obedeça ao seu marido, pois é o que você deve fazer por ser cristã. Marido, ame a sua esposa e não seja grosseiro com ela." - Colossenses 3.18-19 (NTLH).

Penso ser difícil para as senhoras aceitarem este versículo bíblico. Apesar da dificuldade, é preciso incorporá-lo ao viver cotidiano. Como homem casado, posso dizer que para muitos maridos não é fácil amar suas esposas em todo tempo. Para ambos os sexos, o exemplo de obediência e amor é Cristo, que obedeceu a Deus em tudo.

 Na relação entre pais e filhos, o comportamento ideal, é: 

"Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer sempre ao seu pai e à sua mãe porque Deus gosta disso. Pais, não irritem os seus filhos, para que eles não fiquem desanimados." - Colossenses 3.20-21 (NTLH).

Hoje, testemunhei a discussão entre pai e filho. O pai irritando o filho e o filho gritando com seu pai. Tive a oportunidade de recitar para ambos os versículos 20 e 21, de Colossenses 3.

Na relação de patrão e empregado: 

"Escravos, em tudo obedeçam àqueles que são seus donos aqui na terra. Não obedeçam só quando eles estiverem vendo vocês, procurando com isso conseguir a aprovação deles. Mas obedeçam com sinceridade, por causa do temor que vocês têm pelo Senhor. O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas." - Colossenses 3.22-23 (NTLH).

Assim como a Palavra de Deus orienta o trabalhador a ser honesto em suas funções, pede aos empregadores a agirem de maneira justa com seus empregados, embora o versículo em apreço não cite isso. Confira: Tiago 2.5-6; 5.2-4.

Atos e consequências

Quem segue as orientações bíblicas tem a mensagem de Cristo viva em seus corações e é considerado por Deus o seu povo. Mas, quem não as segue revela por atitudes que não ama a Deus de verdade, mesmo sendo um religioso fervoroso, e não deixará de experimentar as consequências por desprezar o que Ele manda fazer, receberá todo o desprezo do Senhor. 

Lembrem que o Senhor lhes dará como recompensa aquilo que ele tem guardado para o seu povo, pois o verdadeiro Senhor que vocês servem é Cristo.. E quem faz o mal, seja quem for, pagará pelo mal que faz. Pois, quando Deus julga, ele não faz diferença entre pessoas." - Colossenses 3.24-25 (NTLH).

E.A.G.

Deus aprovou a escravidão? Confira neste blog o seguinte artigo: As leis civis entregue por Moisés ao povo israelita

domingo, 14 de setembro de 2014

1 Samuel - nono livro da Bíblia Sagrada

O jovem Davi toca harpa perante o rei Saul.
Por Eliseu Antonio Gomes

Aproximadamente, o livro 1 Samuel cobre um período de 115 anos. A cobertura narrativa vai da infância de Samuel ao início do reinado de Davi. Além de Samuel, as duas outras personagens centrais do livro são Davi e Saul.

Samuel foi o último dos juízes, período que durou cerca de 350 anos, e o primeiro dos profetas. Nasceu num dos períodos mais negros da história israelita, era homem de profundo discernimento espiritual, dedicado à realização dos propósitos de Deus referente à Israel (Atos 3.24). Foi chamado para guiar Israel em tempos de crises graves. Sem qualquer vontade de sua parte, viu-se no papel de "fabricante de reis": ungiu Saul e depois Davi ao trono de Israel.

Na Bíblia Hebraica, 1 Samuel e 2 Samuel formam apenas um único livro. Embora 1 Samuel e 2 Samuel recebam seu nome, o profeta não poderia ter escrito mais do que uma parte, já que sua morte é relatada no capítulo 25. Entretanto, o fato de que ele escreveu um livro fica evidente em 1 Samuel 10.25, assim como 1 Crônicas 29.29 evidencia que Natã e Gade também fizeram seus relatos. Os dois livros registram a transição teocrática para certo tipo de monarquia.

Certas características literárias da obra levam a crer que seja uma compilação de várias fontes documentárias independentes a princípio, o qual o autor deve ter incorporado à sua composição, conservando, à medida do possível, a forma original delas. As Escrituras não fornecem sua identidade. O autor e compilador, anônimo, possivelmente, pode ter feito uso do Livro de Jasar (2 Samuel 1.18) e registros históricos de Davi (1 Crônicas 27.24). Alguns estudiosos acreditam que tenha sido Zabude, filho do profeta Natã, apresentado como conselheiro pessoal do rei Salomão em 1 Reis 4.5, ele poderia ter aproveitado os conhecimentos do pai sobre a vida de Samuel e Davi, além de possuir livre acesso ao acervo da corte.

O relato de 1 Samuel tem inicio nos últimos dias dos juízes e termina com a narração da morte de Saul. Suas páginas contém uma exuberante exposição escrita, oferecem o registro das relações de Deus com o povo de Israel, bem como abordam como Deus realizou a preservação daquele povo e preparação para seu duplo propósito: fazer com que os israelitas fossem recebedores dos oráculos divinos e, no tempo devido, de meio deste povo nascesse o Salvador Jesus Cristo.

As principais lições do livro tem a ver com os efeitos do pecado em relação ao povo e seus líderes. Uma das passagens bíblicas mais conhecidas encontra-se em suas páginas, o confronto entre Davi e Golias (capítulo 17).


Consultas:
A Bíblia Anotada - Charles C. Ryrie, página 359, 1ª impressão 1991, São Paulo (Editora Mundo Cristão).
Bíblia Shedd, página 387, 2011 São Paulo, (Edições Vida Nova).
Bíblia King James, página 390, julho de 2013, São Paulo (Abba Press).

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

São Paulo, São Paulo (Premeditando o Breque - Premê)

No meu passado, muitas vezes levantei cedo da cama para ir trabalhar sendo despertado por rádio-relógio. E, não poucas vezes, o aparelho sintonizou uma emissora em que o radialista colocava a música "São Paulo, São Paulo". Essa melodia, que com um humor refinado começa com acordes de "New York, New York", era como a trilha sonora que precedia meus dias na Capital paulistana, onde nasci, cresci, e vivo até hoje sem vontade de sair. 


É sempre lindo andar na cidade de São Paulo,de São Paulo
O clima engana, a vida é grana em São Paulo
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo, de São Paulo
♦♦♦
Ah!
Na grande cidade me realizar
Morando num BNH.
Na periferia a fábrica escurece o dia.
♦♦♦
Não vá se incomodar com a fauna urbana de São Paulo, de São Paulo
Pardais, baratas, ratos na Rota de São Paulo
E pra você criança muita diversão em São Paulo
São Paulo lição
Tomar um banho no Tietê ou ver TV.
♦♦♦
Ah!
Na grande cidade me realizar
Morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia.
♦♦♦
Chora Menino, Freguesia do Ó, Carandiru, Mandaqui, ali
Vila Sônia, Vila Ema, Vila Alpina, Vila Carrão, Morumbi, Pari,
Butantã, Utinga, M'BOI MIRIM, Brás, Brás, Belém
Bom Retiro, Barra Funda, Ermelino Matarazzo
Mooca, Penha, Lapa, Sé, Jabaquara, Pirituba, Tucuruvi, Tatuapé
♦♦♦
Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo
Lavar um carro comendo um churro é bom pra burro
Um ponto de partida pra subir na vida em São Paulo, em São Paulo
Terraço Itália, Jaraguá, Viaduto do Chá.
♦♦♦
Ah!
Na grande cidade me realizar morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia
Na periferia a fábrica escurece o dia.

Fonte: https://www.youtube.com/channel/UClranOO9BT6bfpkw1_Jn0Qg 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

As três peneiras

Conta-se que um jovem procurou o filósofo Sócrates dizendo-lhe que precisava contar-lhe algo. Alguns citam Platão...

Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- O que você deseja contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras?

- Sim. A primeira peneira é a verdade. O que você pretende revelar sobre outras pessoas é um fato comprovado? Caso tenha ouvido contar e não há provas, a coisa deve terminar aí mesmo. 

Sócrates prosseguiu:

- Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a bondade. O que você quer contar é coisa boa? Ajuda a construir ou contribui para destruir o caminho, a fama do próximo?

O jovem permaneceu em silêncio, ouvindo-o:

- Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a necessidade. Convém contar? Soluciona alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

E, arremata Sócrates:

-Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Fazendo isso, será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, amigos, colegas do planeta. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

E.A.G.

Conteúdo adaptado a partir da postagem no blog Rosa de Sarom, de Ledjane Santos, publicação feita em  10 de setembro de 2014 http://ladjaneadoradora.blogspot.com.br/

Os escarnecedores pirraçam

Encontrei no blog de um colega da Blogosfera Cristã uma postagem sobre o Salmo 1. Chamou minha atenção a seguinte frase:

“Também está em foco em Salmos que não devemos nos associar a pessoas que zombam de Deus (escarnecedores)."

Participei com a seguinte resposta:

Concordo com sua afirmação. Porém, o texto do salmista tem uma amplitude maior que sua descrição. Ao observar o significado do vocábulo, percebemos que abrange mais do que o relacionamento com Deus, tem a ver com o relacionamento com o próximo.

Escarnecer é fazer pouco caso; é pirraçar; é ironizar; é zombar. Mofar, desprezar, troçar, ridicularizar, motejar. Criticar em caráter pessoal e sem fundamentos.

O mandamento que recebemos da parte de Cristo nos diz para amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos, e até amar os inimigos. No entanto, muito que se dizem seguidores de Cristo, compõem os quadros de departamentos das igrejas e realizam as liturgias de culto, escarnecem dos irmãos.

E.A.G.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Silas Malafaia na revista Época: "Marina levará 80% dos votos evangélicos"

Foto: Nidin Sanches/Nitro/Época 
Em matéria sobre as Eleições 2014, a revista Época, edição de 8 de agosto de 2014, apresenta Silas Malafaia como pastor "visto como pivô da mudança no programa de governo do PSB".

Confira a entrevista, realizada por Felipe Patury e Tereza Perosa: aqui.

E.A.G.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O julgamento e a soberania pertencem a Deus

Por Eliseu Antonio Gomes

No capítulo 4, versículos 11 ao 17, Tiago destaca a questão do relacionamento interpessoal entre os irmãos e o planejamento da vida, aconselha sobre a atitude ideal que as pessoas devem ter com seus semelhantes e com elas mesmas.

O apóstolo alude a Jesus Cristo, que declarou que a lei está resumida em dois mandamentos: o primeiro é "amar a Deus acima de todas as coisas" e o segundo é "amar ao próximo como a si mesmo".

A maledicência é proibida

A ligação entre o texto encontrado em 4.11-12 em que o apóstolo proíbe 'falar mal" (katalaleõ) e o restante do contexto deve ser visto como uma ênfase ao repúdio ao orgulho, que frequentemente está ligado à inveja (2 Corintios 12.20; 1 Pedro 2.1) e porfias (2 Corintios 12.20). Este texto reprisa às abordagens anteriores da carta, capitulado em 3.13 - 4.10, sobre os pecados da língua.

Literalmente, katalaleõ significa "falar contra", descreve muitos discursos nocivos: a contestação à autoridade legítima (Números 21.5); caluniar alguém secretamente (Salmo 101.5); fazer acusações improcedentes (1 Pedro 2.12; 3.16).

O Soberano Juiz 

Sabemos, só existe um único juiz e legislador, que é Deus. Apenas o Todo-Poderoso tem poder para legislar corretamente em favor das suas criaturas, Somente Ele é santo e justo, possui a capacidade para julgar sem cometer erros no julgamento, tem condições de conhecer todas as nossas intenções, declaradas e secretas,  pois é o único que possui o atributo da onisciência.

É muito perigoso colocar-se como juiz dos irmãos, pois a vida é breve e o sentimento pecaminoso de autossuficiência custa muito caro. Antes de pensar em pronunciar sentença de condenação ou absolvição do outro através de opinião própria, é preciso lembrar do ensino de Cristo, que nos manda examinar a nós mesmos (Mateus 7.1-3).

Como seres humanos, somos limitados, falhos, imperfeitos. Não temos capacidade de conhecer o que há no interior do coração alheio. E se nesta condição de incapacidade realizamos julgamento contra o próximo, estamos semeando para o nosso futuro o resultado da nossa insensibilidade, impiedade e injustiça (Gálatas 6.7), Ao condenar uma pessoa usando o senso de justiça errado, estamos condenando também o Criador que o fez.

O julgamento genuinamente cristão

Sobre o ato de julgar, devemos ter em mente as advertências de Jesus:

"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo (falho) com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós" - Mateus 7:1-2 - parênteses meus.

Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” - João 7.24 (grifo meu).

Muitos religiosos não baseiam seus julgamentos nas Escrituras Sagradas, que é a reta justiça.

Quando alguém emite parecer embalado por pensamentos humanos, deixa-se guiar pelo gosto pessoal e se coloca como juiz, colocando conceitos próprios acima do conceito divino. Falar mal do irmão e julgá-lo é descumprir o mandamento do amor a Deus e ao próximo e quem assim procede, arrogantemente, comporta-se como juiz da lei. Julgar a  lei, segundo Tiago 4.11, significa considerar inútil a orientação encontrada em Levíticos 19.16, como também considerar digno de desprezo o conjunto de ensinos de Jesus sobre o dever de amar a Deus e ao próximo. Agir assim é uma atitude de afronta à soberania do Senhor.

Julgar segundo a sabedoria desse mundo é o mesmo que vestir-se de trajes rasgados, usar trapos de imundícias fedorentos que causam vergonha ao usuário e repugnância a quem sente o cheiro. No dia da avaliação divina, toda ideia concebida pela inteligência humana que ignora a vontade de Deus será queimada. É recomendável reconhecer o valor das Escrituras Sagradas, usar o tempo se ocupando em meditar e fazer e falar tudo segundo a Palavra de Deus, porque só ela é a reta justiça, só ela possui valor espiritual. Ninguém deve ignorar que perante Deus a justiça emitida pelo homem é imprestável, é semelhante panos velhos e sujos (Isaías 64.6) .

Não podemos esquecer que o senso de justiça praticado pelo ser humano só tem valor quando está fundamentado em Cristo. Para opinar, é importante ao cristão ter o suporte de referências bíblicas. É triste ver defensores de causas que não possuem apoio das Escrituras. A vida delas não pode ser comparada com a casa edificada sobre a rocha, o  futuro dessas pessoas  está construído sobre a palha e o feno, constantemente espalhados pelo vento, cujo destino final é o fogo (Salmo 1.4-6; Mateus 7.24; 1 Corintios 3.11-13).

A fabilidade dos planos humanos

Tiago exorta aos negociantes cristãos, e cristãos em geral, sobre o futuro, cujo controle pertence apenas a Deus, que detém o atributo da onipresença.

A raça humana é efêmera, limitada, mortal, no entanto, muitos fazem planejamentos arriscados, confiando na própria sorte. São audazes e tendem ao fracasso porque possuem corações soberbos que se recusam à consulta da vontade de Deus.

O apóstolo descreve a consistência da existência humana na terra como um "vapor que aparece por pouco tempo e depois desvanece" (4.14). Ele enfatiza a duração extremamente curta da vida, que pode ser interrompida por uma enfermidade, morte acidental ou a volta de Cristo, assim como o sol dissipa a neblina e o rumo do vento afasta a fumaça. Outras afirmações realistas descrevem a brevidade da vida como um sopro:  Provérbios 27.1;  Jó 7.7, 9, 16; Salmos 39.5-6.

Provavelmente, Tiago tenha se inspirado no ensino de Cristo registrado em Lucas 12.15-20, quando Jesus adverte as multidões sobre a avareza e as lembra que a vida de uma pessoa não se consiste na quantidade de acúmulo de bens, usando uma parábola com a figura de um homem rico que fez planos para o futuro, guardando em celeiro toda sua produção como se a riqueza pudesse preservá-lo, sem levar em consideração que a morte poderia estar iminente.

Sendo a vida do homem frágil e breve, é importante que o cristão faça planos usando a sabedoria do alto, reconhecendo-se dependente de Deus e mantendo-se humilde perante Ele, que é o Criador de todas as coisas.

Como crentes em Deus, se quisermos ser bem sucedidos em nossos planos, devemos nos posicionar como servos de Cristo e reconhecer o valor da vontade divina a despeito de quaisquer circunstâncias, considerando a fragilidade da vida e a soberania divina. Apenas assim, descansando nEle e confiando em seu direcionamento, teremos plena convicção da realização, à contento, de nossos projetos.

Oremos para que jamais venhamos permitir que a presunção e o orgulho dominem os nossos corações e que nos faça acreditar que podemos controlar nossa vida sem a ajuda do Senhor.

A omissão

"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" - Tiago 4.17.

No quarto capítulo e capítulos anteriores de sua carta, Tiago mostrou o que é o bem. E agora afirma que se os seus leitores não o fazem estão pecando.

Os pecados de omissão são tão graves quanto o de comissão. Jesus Cristo esclarece isso na parábola registrada em Lucas 19.11-27, quando reprova o servo que se omitiu a usar o dinheiro que lhe fora confiado à administração; também, em Mateus 25.31-46, ao relatar como a de ser o julgamento final, e esclarece que uma multidão - descrita ser composta de "cabritos" - será condenada por tudo que eles deixaram de fazer.

Conclusão

A atitude correta do cristão para com seus irmãos é esforçar-se para compreendê-lo e amá-lo. O procedimento adequado do cristão em relação ao pecador "é convencê-lo do erro do seu caminho" e não criticá-lo com palavras desprovida de amor e contexto bíblico (Mateus 7.1-5; Tiago 5.20).

A pessoa que no momento de fazer planos ora e busca a Deus, e ao pronunciar julgamentos com relação ao próximo lança mão de conceitos bíblicos, e não o parecer deste mundo, realiza o bem, é alguém que aprendeu a usar a língua com sabedoria, reconhece a soberania de Deus, e, portanto, manifesta ser um cristão amadurecido.

E.A.G.

Compilação: 
Belverede, Eliseu Antonio Gomes, 6 de setembro de 2008, A reta justiça e os trapos imundos - http://belverede.blogspot.com.br/2008/09/reta-justia-e-os-trapos-imundos.html 
Lições Bíblicas - Mestre, Elinaldo Renovato de Lima; 1º trimestre de 1999, páginas 66-72, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lições Bíblicas - Mestre, Eliezer de Lira e Silva; 3º trimestre de 2014, páginas 76-82, Rio de Janeiro (CPAD). 
Tiago - Introdução e Comentário, Douglas. J. Moo, páginas 150-158; 1ª edição 1990, reimpressão 2011, São Paulo (Edições Vida Nova).

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Minhas intenções de votos

Sei que minha impressão pode estar errada, mas ela me diz que Levi Fidelix receberá um número de votos que envergonharão os institutos de pesquisas, que o apresentam como um candidato que não pontua. Ele não deve ganhar as eleições, mas penso que deixará às claras que essas pesquisas não são sérias, não representam as intenções dos eleitores.

Alguns me perguntaram quais são meus candidatos. Resolvi declará-los:

Presidente
Levi Fidelix (PRTB)

Senador
José Serra (PSDB)

Deputado Federal
Jorge Tadeu (DEM)

Governador
Geraldo Alckimin (PSDB)

Deputado Estadual
André Soares (DEM)

Chuvas de setembro de 2014 em Recife PE

Dia 2 de setembro, inteiramente chuvoso e frio. Clima atípico na região, que de setembro até maio costuma ser muito quente.

Bela imagem do Brasil no centro de Recife - Pernambuco! O bairro Boa Vista; o rio Capiberibe; a Rua da Aurora; o edifício Ébano, ladeado à esquerda pelo Recife Plaza Hotel e à direita por construções menores cujas fachadas são de arquiteturas em estilo mais antigo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

José Nêumanne Pinto comenta comportamento estranho de Dilma, que atira em Marina e Collor, aliado petista

"O PT cospe no prato que está comendo."

José Nêumanne Pinto veio ao ar no Jornal da Gazeta, segunda a sexta-feira de 19 às 20 horas. e comentou sobre o estranho comportamento da equipe de campanha eleitoral de Dilma Rousseff, ao "bater" em Marina Silva. Há uma comparação depreciativa entre Marina com Fernando Collor de Mello, sem levar em consideração que Collor é aliado político de Dilma.

Além de citar Collor, os publicitários de Dilma fazem uma comparação entre Marina e Jânio Quadros. Nêumanne observou que nenhum eleitor votou neles para que renunciassem ou fossem impedidos de exercer suas funções. E diz que  tais ataques citando os dois ex-presidentes demonstra desrespeito aos eleitores que os elegeram, e que a atitude dos petistas parece ser "demofobia" (horror ou medo do povo).

Além disso, o comentarista aborda os comportamentos de Marina, reagindo a comparação com Collor. Segundo ele, Marina parece desconsiderar que o ex-presidente, antes do exercício presidencial e saída desastrada da presidência, foi prefeito de Maceió e governador de Alagoas e agora é senador por Alagoas.

Nêumanne também opinou sobre Aécio, reprova o candidato ao falar sobre Marina enfatizando que ela não tem apoio político, como se fosse necessário tê-lo para candidatar-se. Neste discurso contra Marina, Aécio estaria se assemelhando aos petistas. Ao criticar o político mineiro, lembra que a população brasileira foi às ruas nas manifestações de junho porque está cansada de conchavos, barganhas de votos por apoio no congresso federal.

Veja o vídeo no portal da TV Gazeta ou abaixo.




E.A.G.

Atualizado em 03/09/14 às 09h13 e 09h27.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O perigo da busca pela autorrealização humana

Por Eliseu Antonio Gomes

Todas as guerras começam com conflitos de interesses. Os principais tipos de guerra são:  guerra nuclear, guerra espacial, guerra civil, guerra de informação, guerra comercial,  guerra psicológica, guerrilha, guerra religiosa.

A guerra mais rápida da história durou 37 minutos. Uma esquadra inglesa decidiu ancorar no porto de Zanzibar, na África, em 1896, para assistir a uma partida de críquete. O sultão de Zanzibar não gostou e mandou que seu único navio atacasse os ingleses. Quando o navio abriu fogo, os ingleses o afundaram rapidamente e ainda destruíram o palácio do sultão, matando quinhentos soldados. Zanzibar se rendeu e o sultão fugiu para a Alemanha. A guerra mais longa da história é a do homem com Deus, que dura desde o pecado no Éden e só terminará no Dia do Juízo Final.

Há três guerras em andamento no mundo espiritual: a guerra entre irmãos ou uns com os outros; a guerra no coração do crente por causa das suas ambições egoístas e a guerra com Deus. Os três inimigos que trabalham para nos afastar de Deus, são: a carne, o mundo e o diabo (Efésios 2.1-3):

1. Carnalidade.
Na vida cristã temos o grande conflito entre o fazer a vontade de Deus ou a nossa. Paulo diz: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer" (Gálatas 5.17).
2. Mundanismo
No capítulo 4 e versículo 4, Tiago utiliza o termo feminino "moichalides" (infiéis), que em muitas traduções bíblicas brasileiras é vertido como "adúteros e adúlteras", deste modo ele caracteriza os leitores da carta de povo infiel de Deus. Jesus empregou adjetivo semelhante aos que o rejeitaram (Mateus 12.39; 16.4). 
O Antigo Testamento fornece a explicação para este tipo de tratamento. Deus se união ao povo de Israel ao elegê-lo graciosamente e ao colocá-lo numa relação de aliança consigo. Este relacionamento várias vezes é retratado com figuras matrimoniais (Isaías 54.1-6; Jeremias 2.2). O crente é casado com Cristo, então, não é possível servir a Deus e ao mundo ao mesmo tempo. Quando o crente divide o seu amor a Deus com qualquer outro, comete adultério espiritual (Romanos 7.4; Deuteronômio 5.9; 1 João 2.15).
3. Ação diabólica
O diabo é o grande adversário da igreja e do povo de Deus. Ele vive à procura de oportunidades para gerar confusão e conflito entre os irmãos, encontra espaço de ação quando o crente ao invés de consagrar-se age através da carnalidade.

No coração humano pecador há cobiça, ódio, inveja, egoísmo. A maioria das desavenças e tramas perversas é fruto da ambição, vontade de ver o desejo pessoal realizado. E qual é o objetivo dessa realização? O deleite.  "Deileites" é uma tradução da palavra "hêdonê", cuja conotação é negativa de prazeres pecaminosos e que busca apenas interesses próprios (dela vem a palavra hedonismo). A guerra entre irmãos tem origem no interior da pessoa, acontece quando ela cede à atração que o mundo exerce e quando aceita sugestões diabólicas e dá vazão aos deleites carnais.

Deus não governa pessoas que decidem desfrutar dos prazeres da carne, que são contrários à vontade divina (Tiago 1.14; 2 Timóteo 4.2-3).

Tiago inicia o quarto capítulo com uma pergunta: "De onde procedem guerras e contendas que há entre vós?"  Os termos "guerra" (polomoi) e contenda (machai) indicam polêmicas e discussões verbais violentas. O apóstolo responde qual é a origem da confusão: "sois invejosos e cobiçosos".

A grave consequência  espiritual de viver em guerra é a frustração de orar e não ser atendido. Quando os crentes estão brigando, Deus não responde às suas orações, pois Ele é santo e não aceita relacionar-se com quem é contencioso, portanto, todo crente deve vigiar para não cair na tentação de ser um instrumento de guerra na igreja (Mateus 26.41; Tiago 4.1-3; 5.16).

Tiago, ao escrever sobre a existência de desavenças entre os irmãos, aponta ao problema mas também mostra a solução. Ele informa que através da oração, da Bíblia, do Espírito e pela graça de Deus podemos vencer espiritualmente.

1. Oração: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." - Mateus 7.7-8. O apóstolo lembra o discurso de Jesus no sermão do monte e explica: "Nada tendes porque não pedis" (Tiago 4.2) . Se o crente pede a Deus qualquer coisa em seu nome, está escrito que o Pai Celestial honra este pedido, principalmente se a solicitação for em busca da harmonia entre os irmãos (João 14.13-14; Salmo 122.6-9). 
Os crentes da geração de Tiago tinham uma relação com Deus não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram na cabeça que as bênçãos do Senhor existiam com o propósito de servir exclusivamente aos seus deleites. O apóstolo foi claro ao descrever a situação deles: "Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" - Tiago 4.3-4.
2. Leitura Bíblica: "Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura..." - Tiago 4.5a. Tiago afirma que aquilo que Bíblia ensina não é vão ou sem razão. O apóstolo Paulo nos diz que ela é a espada do Espírito, instrumento de guerra para ataque e defesa espiritual, nos foi dada por Deus para o nosso aperfeiçoamento e capacitação para toda a boa obra (Efésios 6.17; 2 Timóteo 3.14-17). Portanto, seu conteúdo jamais deve ser desprezado.
3. Espírito Santo: "...o Espírito que em nós habita tem ciúmes?" - Tiago 4.5b. O Senhor habita em nós e se entristece quando pecamos e traímos a Deus (Efésios 4.30). O Espírito garante e sela a nossa redenção, produz o fruto espiritual, nos ilumina, capacita-nos com dons espirituais, nos induz a adorar a Deus, nos liberta do pecado, nos santifica, nos orienta a testificar que somos filhos de Deus, nos ajuda a orar (Efésios 1.13-14; Gálatas 5.22-24; 1 Coríntios 2.12-16; 12.7; Filipenses 3.3; Romanos 8.1-11; 14-17; 26-27). Deus exige fidelidade total em nosso relacionamento com Ele, assim sendo, é importante prezar pelo bom relacionamento com o Santo Espírito.
4. Graça: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" - Tiago 4.6. Tiago reverbera os ensinos do livro de Provérbios, que nos diz que Deus abomina olhos altivos e o coração arrogante (6.17; 16.5): "

Conclusão

Deus concede bênçãos aos seus servos, porém, jamais para que elas sejam desfrutadas de maneira avarenta. Elas devem ser recebidas e compartilhadas (Salmos 37.4; Atos 2.45; 4.35).

O desafio de todo cristão é jamais considerar que o comportamento de satisfação carnal é uma atitude normal. É preciso expor a Palavra de Deus não apenas em discursos mas também em atos, diariamente, no seio familiar e na comunidade. Ainda que haja discordância entre irmãos, o que é normal, nunca pode haver dissimulação e desejo de praticar o mal. Tiago nos ensina que a omissão em fazer o bem, sabendo fazê-lo, é pecado (4.17). Todos nós devemos ser praticantes do bem, que em outras palavras é agir com humildade e valorizando a comunhão entre os irmãos.

A graça que Deus nos dá nos capacita a vencer o pecado e a crescer em santificação, ela é infinita e inesgotável, porém, reservada apenas aos pacificadores e humildes de coração, ou seja, está disponível somente aos que não projetam uma imagem simpática através da falsa modéstia, mas aos que de fato são modestos e praticantes da Palavra (João 1.16; 2 Pedro 3.18).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 15, nº 59, página 40, 41, julho-setembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lições bíblicas - Mestre, Eliezer de Lira e Silva; 3º trimestre de 2014, páginas 70-74, Rio de Janeiro (CPAD).
Revista Exposição Bíblica - Liberdade, Fé e Prática - Gálatas e Tiago; Arival Dias Casimiro; páginas 55 -59; 3ª edição em julho de 2013; Santa Bárbara d'0este/SP (Z 3 Editora Ltda). 
Tiago - Introdução e Comentário, Douglas. J. Moo, páginas 137-139; 1ª edição 1990, reimpressão 2011, São Paulo (Edições Vida Nova).