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terça-feira, 8 de maio de 2012

EBD 2012: Sardes, a Igreja Morta

Sardes, fundada em 700 a.C., era uma antiga capital dos reis da Lídia sob o reinado do rico Creso, e sede do governo após a conquista persa. Estava situada no sopé da montanha Tmolo, num quase inacessível platô, nas margens do Partolo, afluente do rio Hermo, perto da junção que ligava Éfeso, Esmirna e Pérgamo.

Sardes foi sede de uma das sete igrejas da Ásia, às quais receberam menção em cartas apocalípticas escrita por João, dirigida ao bispo local (Apocalipse 1.11).  A Igreja em Sardes foi a quinta na ordem de envio das sete cartas.

A população de Sardes tinha como padroeira a deusa Ártemis, e acreditava na reencarnação.

A cidade de Sardes era famosa por suas riquezas, sucesso e luxo, artes e ofícios, era o primeiro centro para cunhar moedas de ouro e prata. Os reis da Lídia eram tão ricos que o nome de Creso tornou-se símbolo de riquezas fabulosas, e se dizia-se que as areias do rio Pactolo eram de ouro.

A cidadela de Sardes - o reduto de defesa - foi construído em local extremamente alto, cerca de 1500 pés acima do vale, aparentemente inalcançável pelos inimigos. Esta estrutura e localização causava um sensação de autosuficiencia. A soberba os fez deixar de usar as torres vigia e assim conheceram a derrota e  vergonha.

O célebre rei Creso se tornou um lendário símbolo de arrogância e posterior queda. Atacou a Pérsia e recebeu um contra-ataque surpresa de Ciro, rei dos medos e persas, por volta de 549 a.C., quando foi capturada. O exército de Ciro escalou a montanha, se valendo de uma trilha sem vigilância.  Três séculos depois um incidente parecido aconteceu, sendo que dessa vez foi provocado pela invasão romana. No século 17 sofreu com um grande terremoto devastador, que a arruinou física e financeiramente, tornando seus cidadãos em flagelados, dependentes de ajuda estrangeira.

Os exegetas afirmam que o nome "anjo" simboliza a atuação do bispo, que é censurado por usas obras indignas, bem como toda a sua comunidade.

Conforme a tradição, Sardes foi a primeira cidade dessa região a receber o Evangelho através do ministério do apóstolo João. Foi a primeira entre as sete comunidades evangelizadas da Ásia a desviar-se na fé e a primeira a cair em ruínas (Apocalipse 3.1-4).

A censura à Igreja ocorreu pela falta de religião vital, tinha um nome como se estivesse viva, mas na realidade estava morta espiritualmente. Na aparência estava tudo muito bem, a sua dinâmica era composta de rituais bonitos, suas atividades atendiam às liturgias religiosas. o seu exterior era admirável, mas seu interior era sem vida, era fria, apenas cumpridora de formalidades pois não tinha comunhão com o Espírito Santo.

Assim como aconteceu na copiosa história da cidade, os crentes haviam deixado de vigiar. Eles se sentiam seguros e deixaram de observar a segurança espiritual. Satanás os atacou impiedosamente e os matou na fé, fazendo uso de seus desejos carnais, após rondar em derredor deles como um leão que ruge à espreita.

Quem são os crentes espiritualmente mortos? São quem vive a contar os milagres do passado, não existe nenhum depoimento novo sobre as maravilhas da presença de Deus em sua vida no dia de hoje. São excelentes contadores de história de milagres na vida alheia, porque na deles nada acontece que possa servir para a edificação de quem os ouve. Eles têm a fama e os trejeitos de pessoas espirituais, porém não possuem nenhuma atividade espiritual (Marcos 16.15-18).

Embora a maioria dos crentes de Sardes tivessem perdido o avivamento espiritual, restou entre eles um grupo de homens e mulheres fervorosos e fiéis ao Senhor, pessoas que não se descuidaram da comunhão com Deus. Estes recebem de Cristo a promessa de que caminharão com Ele usando vestes brancas. terão seus nomes escritos no livro da vida e serão apresentados ao Pai e aos anjos.

Hoje a cidade de Sardes é reduzida a uma admirável aldeia no meio das ruínas das grandezas do passado. Mantém um grande edifício utilizado para receber viajantes, que se dirigem da Pérsia a Esmirna.

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Consultas:

Manual Bíblico Henry H. Halley, 4ª reimpressão de 1998, Edições Vida Nova;
Minidicionário Bíblico - David Conrado Sabag, 1ª reimpressão, 2008, Difusão Cultural do Livro;
Dicionário Bíblico Universal A. R. Buckland & Lukyn Willians, 2007, Editora Vida;
Pequena Enciclopédia Bíblica O. S. Boyer, 19ª impressão, 1992, Editora Vida.

[Continua... ]

Um comentário:

Artigos & Crônicas disse...

A Igreja de Sardes nos deixou um exemplo negativo, o qual não devemos seguir.
Excelente texto.
Sonia Costa